Polícia Civil investiga cinco motoristas de aplicativo por vingança contra dois adolescentes

Polícia Civil investiga cinco motoristas de aplicativo por vingança contra dois adolescentes

Após tortura, um foi morto e o outro sobreviveu após serem baleados na zona rural de Eldorado do Sul

Correio do Povo

Corpo de uma das vítimas foi encontrado em matagal

publicidade

Cinco motoristas de aplicativos são investigados por fazerem justiça própria contra dois adolescentes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao amanhecer desta quarta-feira, a Polícia Civil deflagrou a operação Sobrevivência após cinco meses de investigações. A equipe do titular da DP de Eldorado do Sul, delegado Guilherme Dill, cumpriu quatro mandados judiciais de prisão preventiva e outros quatro mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Gravataí e Viamão. Dois condutores foram capturados e outros dois permanecem foragidos.

Os agentes da DP de Eldorado do Sul apuraram que os quatro motoristas de aplicativos pretendiam fazer “justiça com as próprias mãos” e foram responsáveis pela execução de um adolescente e pela tentativa de homicídio de outro. Já um quinto profissional foi indicado por tortura. Todos trabalhavam em aplicativos na Região Metropolitana da Capital.

Na madrugada do dia 19 de fevereiro deste ano, as duas vítimas subtraíram o telefone celular de um motorista de aplicativo na região do Morro Santana, em Porto Alegre. Após o fato, ele convocou um grupo de motoristas para uma vingança.

Encontrados, os adolescentes foram sequestrados e torturados por quase duas horas com diversos socos, tapas e chutes, sendo levados depois até a zona rural de Eldorado do Sul. Em um matagal, ambos foram deitados de bruços e lado a lado. Um disparo de revólver de calibre 32 foi efetuado na nuca de cada menor, mas um deles sobreviveu e fingiu-se de morto. Com a saída do grupo, ele foi até uma estrada e pediu ajuda, sendo levado socorrido.

Durante as investigações, o corpo da vítima executada foi encontrado após uma busca que durou em torno de oito horas no matagal. Houve a mobilização de policiais civis e de bombeiros militares com cães farejadores.

“Com diversos depoimentos, principalmente da vítima sobrevivente, e também de imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais, além de identificações e rotas de trajetos fornecidas pelas empresas de aplicativos, foi possível identificar e prender quatro indivíduos diretamente ligados com o sequestro, tortura e os homicídios”, explicou o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza

Já o delegado Guilherme Dill enfatizou que “a vingança e a justiça com as próprias mãos são ideias que não possuem mais espaço nos dias atuais”. De acordo com o titular da DP de Eldorado do Sul, a “violência bruta, como no presente caso, não pode prevalecer, pois haverá uma regressão às épocas medievais”.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895