Polícia Civil investiga esquema fraudulento com nomes de juízes em documentos falsificados
Operação em Canguçu e São Sepé teve prisão de advogado e indisponibilidade de mais de R$ 2 milhões em bens
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A Polícia Civil desencadeou na manhã desta quarta-feira a operação Signatário que tem como principal alvo um esquema de alvarás fraudulentos em Canguçu. Estão sendo investigados os crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público. O golpe consistia em documentos falsificados a partir de cópias das assinaturas de dois juízes da região. Conforme a Polícia Civil, tratam-se de crimes que atentam contra a fé pública dos atos praticados pelo Poder Judiciário e a ordem econômica.
Os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e ainda um de prisão preventiva em Canguçu e São Sepé. Preso na ação, um advogado teria sacado quase R$ 3 milhões com a falsificação das assinaturas dos magistrados. Houve a indisponibilidade de mais de R$ 2 milhões em bens do investigado, que possui escritórios em ambas as cidades. O advogado já responde a processos por apropriação indevida de valores de clientes que contratavam seus serviços, estelionato, falsificação de documentos públicos e particulares.
Em torno de R$ 15 mil em dinheiro, dois veículos e vários alvarás fraudulentos foram recolhidos na ação, cujas investigações são comandadas pelo titular da DP de Canguçu, delegado César Nogueira.A operação foi acompanhda pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que publicou nota oficial. "Com base nas evidências colhidas pela investigação policial, entendeu o Ministério Público pela existência de elementos suficientes a autorizar o deferimento das medidas postuladas, manifestando-se favoravelmente às medidas pleiteadas, sendo acolhido, praticamente na íntegra, pelo Juízo, o parecer ministerial, redundando na deflagração da operação", informou.
Conforme o MPRS, as investigações prosseguirão "no intuito de identificar outros possíveis integrantes ou partícipes do esquema até o oportuno oferecimento da denúncia, tão logo sejam concluídas as investigações". Além do processamento criminal pelos fatos praticados, a atuação do MPRS "se voltará também ao ressarcimento do elevado prejuízo aos cofres públicos em decorrência dos valores indevidamente angariados pelo investigado".