Polícia Civil já tem suspeitos na chacina de família envolvida em disputa com outra em Caxias do Sul

Polícia Civil já tem suspeitos na chacina de família envolvida em disputa com outra em Caxias do Sul

Investigação do caso é prioridade da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP)

Correio do Povo

Casal e filha foram atacados a tiros dentro do carro no bairro Esplanada

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A Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Caxias do Sul investiga com “absoluta prioridade” a chacina ocorrida no final da noite dessa quinta-feira, que deixou mortos um casal e uma criança, todos executados com tiros de vários calibres. Um conflito entre duas famílias estaria por trás do crime.

“Já temos uma linha mestre, uma linha principal no que tange ao pano de fundo, ao contexto em que os fatos se deram e acreditamos que já temos os mandantes intelectuais deste crime bárbaro”, adiantou nesta sexta-feira o delegado Caio Márcio Brisolla Fernandes, titular da DPHPP de Caxias do Sul.

O crime, cometido por indivíduos que estavam em um suposto Chevrolet Corsa, ocorreu quando a família chegava na residência na rua Valdemira Raymundi, no bairro Esplanada. As vítimas estavam em um Citroën Xsara.

Baleados no veículo, o homem, de 48 anos, e a filha, de nove anos, chegaram a ser socorridos e encaminhados ao hospital. A mulher, de 33 anos, que havia descido do carro,, teve óbito no local. O homem possuía antecedentes por tráfico de drogas, roubo qualificado, furto qualificado, porte ilegal de arma, receptação, ameaça, lesão corporal, e corrupção de menores. Já a mulher tinha passagem por porte ilegal de arma.

“Identificamos que são famílias envolvidas com o tráfico de drogas. Essa divergência entre as duas famílias começou em um primeiro momento em razão da traficância e acabou se estendendo para um aspecto muito mais pessoal. Não são questões vinculadas à disputa de poder na seara do crime, mas são questões pessoais envolvendo essas famílias. Identificamos que era uma rixa permanente e que teve esse desfecho trágico”, explicou.

“Para cada ataque que uma família sofria, a outra revidava. Ambas atacavam e eram atacadas. O último evento foi a morte do filho do homem em uma pracinha, sendo que os autores foram presos em Porto Alegre”, acrescentou. Por sua vez, o homem morto seria suspeito de envolvimento na morte de um integrante e da mãe da outra família, em novembro do ano passado.

O inquérito sobre a morte do filho da vítima, que tinha dez anos de idade, registrado em junho do ano passado, foi finalizado na semana passada.“Os autores seguem presos. Eles foram indiciados e tiveram as prisões preventivas representadas face ao robusto conjunto probatório. Nós acreditamos efetivamente que eles estejam por trás desse crime, uma vez que de forma informal, após interrogatório desse autor do homicídio contra o filho da vítima, ele acabou dizendo que a guerra entre as famílias só acabaria quando uma delas estivesse toda morta”, frisou.

“Temos uma forte linha de investigação de que, mesmos presos, eles coordenaram, determinaram e forneceram meios para a realização do atentado. Acreditamos que eles têm sido os mentores”, enfatizou. “Os possíveis mandantes desse crime estão recolhidos no sistema penitenciário e agora estamos atrás dos executores, que possivelmente atenderam uma determinação e cumpriram ordens de quem está preso”, concluiu.

O local do triplo homicídio foi isolado pela Brigada Militar para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias. O Posto de Criminalística do IGP no município de Caxias do Sul esteve no local para os primeiros exames periciais, como o levantamento dos projéteis usados e outras observações que ajudem a determinar a dinâmica do crime.


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