Polícia Civil pede prisão de universitários que receberam doses de diferentes vacinas

Polícia Civil pede prisão de universitários que receberam doses de diferentes vacinas

Estudantes de Medicina da PUCRS foram indiciados por fraude contra o sistema de imunização

Correio do Povo

Inquérito da CORE foi enviado para a Justiça

publicidade

A Polícia Civil, através da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), indiciou e solicitou a prisão dos quatro estudantes de Medicina da Pucrs, em Porto Alegre, que foram indevidamente imunizados contra a Covid-19 com doses de diferentes vacinas. Os universitários têm idades entre 22 e 25 anos.

O diretor do Grupamento de Operações Especiais da CORE, delegado Marco Antônio Duarte de Souza, explicou que os quatro jovens fraudaram o sistema de vacinação contra a Covid-19.

“A investigação foi instaurada após os alunos terem sido vacinados duas vezes com doses diferentes. Conforme a apuração, os estudantes foram vacinados pela primeira vez com a Coronavac e na segunda com a AstraZeneca”, recordou. O delegado Gabriel Bicca atuou junto no caso.

“Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato, de falsidade ideológica e de infração de medida sanitária preventiva. O pedido de prisão estará agora com o Poder Judiciário”, observou o delegado Marco Antônio Duarte de Souza.

"Inadmissível o agir dos investigados, revestindo-se de maior gravidade o fato de serem estudantes de Medicina, denotando uma culpabilidade superior. O fato é que o mundo vem atravessando uma pandemia em escala global, sendo que condutas como as descritas no presente caderno certamente contribuem para tornar ainda mais difícil o seu enfrentamento", comentou.

"Como efeito colateral, além das mortes e enfermos que se multiplicam, estamos atravessando uma crise econômica gravíssima, levando ao fechamento de inúmeros empreendimentos familiares e um desemprego maciço. Em um momento único de crise como o que estamos vivenciando, necessária uma ação eficaz do estado para salvaguardar a ordem pública", acrescentou.

Na época, o Comitê Gestor da Escola de Medicina da Pucrs emitiu uma nota oficial. “Desde o começo da pandemia, a Universidade vem agindo com muita responsabilidade e cuidado com a sua comunidade, e em total conformidade com as normas legais. O mesmo ocorreu com o processo de imunização. Unimos esforços para conquistar a inclusão dos nossos estudantes entre os grupos prioritários, mas seguindo rigorosamente as determinações dos órgãos competentes”, informou então.

“O fato noticiado recentemente envolvendo uma minoria dos estudantes da Escola serve de alerta para a responsabilidade de cada um de nós. Conforme reiteramos desde o começo da pandemia, estamos vivendo uma crise sanitária global que exige que nos reconheçamos como coletividade, em que as atitudes de cada um/a impactam a vida de todos”, relatou no comunicado.

“Esperamos que este tenha sido realmente um caso isolado, que segue em análise pelos setores competentes da Universidade”, enfatizou, frisando que podiam ser vacinados apenas estudantes em estágio de campo em estabelecimentos de assistência à saúde humana por período superior a dez horas semanais.

“A aplicação da primeira dose para estudantes da área da saúde teve início em 22/4/2021, sendo suspensa em 27/4/2021 devido ao esgotamento de estoque de vacinas nas farmácias credenciadas. A mesma foi retomada no dia 10/5 para aplicação de primeira dose”, assinalou na nota oficial do Comitê Gestor da Escola de Medicina da Pucrs.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895