Polícia Civil prevê aumento da violência doméstica em função do isolamento

Polícia Civil prevê aumento da violência doméstica em função do isolamento

Uma possível elevação de casos deixa a Polícia Civil e a Brigada Militar em alerta

Correio do Povo

Orientação é de que atendimento presencial ocorra somente em casos graves

publicidade

A Polícia Civil prevê um aumento na demanda de atendimento dos casos de violência doméstica após a situação se normalizar depois da passagem da pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul. A diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher no Rio Grande do Sul e titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre, a delegada Tatiana Bastos observou que o fenômeno já verificou-se em outros países onde foi adotada a auto quarentena em casa com os casais confinados no mesmo ambiente. “Esta é a tendência”, avaliou. “Na primeira semana já percebemos um aumento na procura”, constatou. No entanto, ela explicou que está difícil neste momento verificar se houve ou não um crescimento das ocorrências de violência contra a mulher. “Muitos dos casos estão sendo registrados na Delegacia Online”, citou como exemplo. “Outros não serão denunciados devido à campanha do fique em casa”, lembrou. “Muitos são encaminhados aos disques denúncias”, acrescentou.

A delegada Tatiana Bastos enfatizou que “a demanda está represada e virá com tudo” quando tudo estiver normalizado.

“Estamos fazendo uma campanha e divulgando amplamente os nossos canais. Muitos casos têm que ser registrados mas ainda não estão em um nível de gravidade que faça a mulher sair de casa e se exponha”, afirmou. A diretora garantiu que permanece sendo adotadas as medidas protetivas nas ocorrências mais graves e urgentes. Ela orienta que nos casos de crimes graves e estupro, existindo a necessidade de solicitação de medida protetiva,a vítima precisa comparecer pessoalmente na delegacia mais próxima. Nas demais situações, frisou, pode ser feita a ocorrência na Delegacia Online.

Já a Brigada Militar informou que as patrulhas Maria da Penha permanecem atuando depois das medidas protetivas serem deferidas pelo Poder Judiciário. “Não houve mudanças”, resumiu a coordenadora estadual das Patrulhas Maria da Penha, major Karine Soares Brum. Ela lembrou que “qualquer mulher que se encontram em uma situação de violência pode ligar para o 190”. A oficial explicou ainda que somente na segunda quinzena de abril será possível a Secretaria da Segurança Pública avaliar se ocorreu ou não um aumento no número de casos de violência doméstica.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895