Polícia Federal do Mato Grosso faz operações contra narcotráfico que trazia aviões desmontados

Polícia Federal do Mato Grosso faz operações contra narcotráfico que trazia aviões desmontados

Organização criminosa usava aeronaves para o transporte de cocaína vinda da Peru e Bolívia, sendo a droga escoada depois através de portos brasileiros

Correio do Povo

Ação teve 49 ordens cumpridas em 12 estados

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A Polícia Federal do Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira as operações Catrapo e The Fallen para atingir uma organização criminosa responsável por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando. O grupo tinha como líder um ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, que foi preso na Hungria em 21 de junho passado durante uma ação de cooperação policial internacional, sendo mobilizada a Interpol. Foragido desde 2019, o ex-policial militar comandava um esquema de rota de cocaína atrvaés dos portos brasileiros.

A operação Catrapo cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão temporária no Mato Grosso, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Rondônia e Tocantins. Já a operação The Fallen executou 21 ordens de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Pernambuco, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia.

As investigações começaram em 2020, após a importação suspeita de peças de aeronaves desmontadas por uma empresa de Recife, em Pernambuco, que as introduziu no Brasil pelo porto de Itajaí, em Santa Catarina. Após apurações conjuntas entre a Polícia Federal, a Receita Federal e a Agência Nacional de Aviação Civil, foi constatado um esquema de contrabando de peças de aviões de vários países para a utilização pelos narcotraficantes que atuam na fronteira.

O trabalho apurou também a estratégia de lavagem de dinheiro montada pelo grupo criminoso, que se utilizava de empresas de fachada para movimentar valores no território nacional. Além disso, eram usadas empresas com sede no exterior para viabilizar a compra de aeronaves fora do país, as quais serviam à organização criminosa investigada e também eram cedidas para outros grupos criminosos.

Durante as investigações confirmou-se que a organização criminosa se utilizava de aviões para transportar a cocaína adquirida no Peru e na Bolívia para a Europa, utilizando o Mato Grosso como entreposto. A Polícia Federal interceptou duas toneladas de cocaína e identificou R$ 40 milhões em patrimônio durante a investigação. No dia 4 de agosto de 2008, os policiais federais apreenderam 1,2 tonelada da droga em um jato executivo, de origem turca, no aeroporto da Fortaleza, no Ceará. O entorpecente estava distribuído em 24 malas.


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