Polícia identifica dupla que atirou artefato explosivo contra ambulância do Samu em Porto Alegre

Polícia identifica dupla que atirou artefato explosivo contra ambulância do Samu em Porto Alegre

Homens confessaram crime em depoimento e foram liberados nesta quarta-feira

Felipe Samuel

Homens confessaram crime em depoimento e foram liberados nesta quarta-feira

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A Polícia Civil identificou e localizou nesta quarta-feira os dois suspeitos de atirar um artefato explosivo contra uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na segunda-feira, quando dois funcionários sofreram lesões leves. Com longa ficha criminal por receptação, furto, porte ilegal de arma, violência doméstica, lesões corporais, desacato, tráfico de drogas, entre outros, a dupla acabou detida na zona Leste e encaminhada à 11ª DP, onde prestou depoimento e confessou o crime. O Corsa Sedan preto usado durante a ação foi encontrado na casa de um dos homens levado à delegacia. Como não houve flagrante, eles foram ouvidos e liberados.

De acordo com o titular da 11ª DP, delegado André Mocciaro, ambos vão responder inquérito em liberdade pelo crime de explosão, previsto no artigo 251 do Código Penal, que prevê reclusão de um a quatro anos. Mocciaro explicou que se o Departamento Médico-Legal (DML) confirmar a materialidade do crime e potencialidade lesiva do artefato, eles devem ser enquadrados por lesão corporal.

"Por enquanto caso está sendo tratado como explosão, exposição a perigo, à integridade física de outra pessoa", observou. Conforme Mocciaro, a investigação da Polícia Civil identificou por imagens a ação dos dois homens, que têm 30 e 31 anos de idade. "Jovens com quase o Código Penal inteiro de antecedentes criminais lançaram bomba na ambulância do Samu e agora terão que aguentar o rojão penal”.

Por meio das imagens de câmeras espalhadas pela cidade, a Polícia Civil observou o trajeto realizado pelo veículo - que está com documentação em dia -, desde a avenida Alberto Bins, no Centro Histórico, até a avenida Ipiranga, onde ocorreu o ataque à ambulância do Samu. De acordo com Mocciaro, em depoimento eles confessaram soltar rojões pela cidade "por diversão". Naquele dia, a dupla garante ter espalhado ao menos cinco rojões em pontos diferentes da Capital.

"É uma coisa absolutamente perigosa uma bomba desse calibre, pois pode causar ferimento muito grave", frisou. Segundo a PC, os homens compraram os artefatos em uma loja, onde é possível adquirir uma caixa por R$ 10. "Agora eles vão ter que aguentar o rojão penal", destacou Mocciaro. "Um deles já foi preso por porte ilegal de armas e tráfico. Não são iniciantes no mundo do crime", completa.

Além dos ataques ao Samu, eles também admitiram outra ação com artefato explosivo próximo à sede da 11ªDP, na semana passada. Em depoimento, conforme Mocciaro, alegaram querer lembrar os tempos de infância. "Eles colaboraram com a investigação e nos levaram onde compraram (o material). Confirmamos pelas imagens do local que eles foram lá efetivamente para comprar", destacou, descartando qualquer outra motivação para o crime.

No final do ano passado, o governo do Estado publicou lei regulamentando os fogos de artifício. "A lei se baseia na poluição sonora. Dependendo do resultado da perícia em confronto com essa a lei, a gente pode reenquadrar o caso", completou.


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