Policiais realizam protesto após morte de três colegas em duas semanas
Agentes e familiares fizeram caminhada até o Largo PM Valdeci de Abreu Lopes
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A chuva caía, de maneira branda, mas fria, sobre os rostos dos policiais militares e civis que protestaram, na manhã de sábado, depois que três PMs foram mortos em serviço, num período de duas semanas. Assim como fazem em suas missões, ignoraram intempéries do tempo e seguiram em frente, juntamente de amigos e familiares que também participaram da caminhada. A marcha partiu do Viaduto São Jorge, entre as esquinas entre as avenidas Bento Gonçalves e Salvador França, seguiu pela avenida Ipiranga até a rua Silva Só.
A saída foi da Igreja São Jorge, padroeiro e protetor dos militares. “Ninguém respeita mais a Brigada Militar. Trabalhamos com receio hoje em dia”, diz a soldado Laura Moraes, presente à caminhada. Ela e o marido Evandro, também policial, trabalham no 4º Regimento de Polícia Montada na Capital. Com eles, Miguel de quatro anos, para quem o casal vive e espera chegar em casa após o expediente. “Os bandidos não têm o que perder. Mas nós temos”, completa a soldado, que ajudou a empunhar a faixa “O Rio Grande está de luto”.
Cartazes e balões pretos compuseram o ato, que recebeu adesão de motoristas que passavam pelo protesto. O Largo PM Valdeci de Abreu Lopes, no cruzamento entre a Ipiranga e Silva Só, foi escolhido para o encerramento do protesto. O local é uma homenagem ao PM morto durante um confronto em 1990, na Praça da Matriz. “É um absurdo, estamos perdendo nossos heróis”, contou Alfredo Giroldo, aposentado que levou suas condolências aos servidores colegas de Gustavo de Azevedo Barbosa Júnior, morto em confronto contra criminosos em Porto Alegre.
O corpo do policial militar de 26 anos foi sepultado no fim da manhã da última quinta-feira em Porto Alegre. Ele foi atingido por tiro na cabeça em uma perseguição na Vila Cruzeiro, zona Sul da Capital. Os PMs Rodrigo da Silva Seixas, de 32 anos, e Marcelo de Fraga Feijó, 30, foram baleados na noite do dia 26 de junho, em Porto Alegre. Em tiroteio, um suspeito também morreu no confronto. Na ocasião, durante o sepultamento dos policiais, agentes da Brigada e Polícia Civil fizeram um “sirenaço” aos soldados da BM.