Policial militar é indiciado pela morte da menina Ágatha no Rio

Policial militar é indiciado pela morte da menina Ágatha no Rio

Investigações apontaram que disparo partiu de arma do PM, que foi indiciado por homicídio doloso

AE e R7

Cabo da Polícia Militar do Rio foi indiciado pela morte de Ágatha

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A Polícia Civil informou, nesta terça-feira, que um cabo da Polícia Militar foi indiciado foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) pela morte de Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, no dia 20 de setembro. As investigações indicaram que o disparo partiu da arma do PM, então lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha. 

O inquérito teve como base depoimentos de testemunhas, de policiais militares em serviço que estavam no local do crime, de perícias e o laudo da reprodução simulada feita no dia 1º de outubro. De acordo com as investigações, o policial teria tentado atingir dois criminosos que passavam em uma moto, mas o projétil ricocheteou e atingiu Ágatha dentro da Kombi. Essa versão inclusive que havia sido relatada por familiares de Ágatha e pelo próprio motorista da kombi na qual a criança estava. Inicialmente, os policiais afirmaram que houve troca de tiros, versão contestada desde o início pelas testemunhas.

A polícia pediu o afastamento do cabo da UPP e a proibição de contato com quaisquer testemunhas que não sejam policiais militares. A polícia disse que o relatório com a conclusão foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio, que poderá formalizar a denúncia à Justiça.

Ágatha Félix estava em uma kombi com a mãe, na Fazendinha, quando foi atingida. Ela chegou a ser operada no hospital estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu. Ágatha foi uma das seis crianças mortas por tiros no Rio de Janeiro neste ano.

Simulação tenta esclarecer dinâmica da morte 

Uma reprodução simulada, feita no dia 1º de outubro, tentou esclarecer a dinâmica em que Ágatha foi atingida. Na época, o chefe do DGHPP (Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa), Antônio Ricardo Nunes, explicou que as testemunhas participaram da reconstituição encapuzadas para a preservação da identidade.

A Polícia Militar informou, por meio de nota, que "lamenta o triste episódio da pequena Ágatha e reforça solidariedade à família". A PM disse ainda que está dando apoio à investigação da Polícia Civil e que apura a ocorrência por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM). Ainda segundo a PM, o cabo está afastado de suas atividades nas ruas.


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