Preso da Pasc comandava esquema de roubo e clonagem de carros anunciados na internet

Preso da Pasc comandava esquema de roubo e clonagem de carros anunciados na internet

Vítimas eram roubadas ao encontrar supostos interessados em veículos

Samantha Klein

Uma das mulheres envolvidas no esquema foi detida nesta sexta-feira

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Dezoito pessoas foram presas, na manhã desta sexta-feira, por conta de um esquema criminoso de roubo, clonagem de veículos e venda através da internet cuja base de articulação da quadrilha era uma cela da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). O detento Fernando Martins Marques, 41 anos, determinava, com o uso de celulares, quais carros anunciados em um site de anúncios deveriam ser roubados a mão armada na Capital e região Metropolitana, posteriormente clonados e revendidos na mesma plataforma. 

Para isso, as vítimas eram atraídas por mulheres jovens, sem antecedentes criminais, que apresentavam os veículos às vítimas. Na sequência, geralmente em local ermo, assaltantes ligados à quadrilha, roubavam os automóveis.

"O Fernando (detento da Pasc) explicava pelo WhatsApp que não poderia comparecer ao lugar combinado e mentia que sua filha ou esposa compareceriam ao local para entregar o carro", ressalta o titular da Delegacia de Roubos de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Rafael Liedtke. Em geral, os roubos eram realizados à mão armada, com uso de violência. 

Outra prática da quadrilha era a venda de veículos clonados pelo mesmo site e entrega de documentos falsificados. As vítimas pagavam o valor acordado, geralmente através de transferência bancária e, percebiam que tinham sido alvo de golpe somente quando chegavam a um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) credenciado ao Detran poara realização de vistoria do automóvel. 

 

 

A esposa do presidiário, Cristiane da Silva Dallagnol, era a "tesoureira" do grupo criminoso. "Ela cuidava das movimentações financeiras, da operacionalização dos roubos", complementa Liedtke. Ela foi presa em uma cobertura alugada pelo detento no bairro Cristo Redentor, zona Norte de Porto Alegre. Somente para o presidiário, o lucro chegou a R$ 1 milhão durante o período de dois anos de investigação. 

As mulheres usadas no esquema também eram utilizadas como laranjas. Elas emprestavam suas contas bancárias para a movimentação de valores obtidos com a venda dos carros clonagem e obtinham um percentual da transação.

As prisões foram realizadas em dez municípios, num total de 80 ordens judiciais entre prisões preventivas e temporárias, mandados de busca e apreensão em 35 endereços, incluindo a Pasc. As vítimas dos roubos e clonagens poderão eventualmente ser ressarcidas. Para isso, trinta CPFs e contas bancárias foram bloqueadas pela Justiça. Celulares, produtos para clonagem e uma caderneta com todas as transações foram apreendidas. 

Através de nota, empresa OLX se manifestou a respeito do caso, informando que ainda não obteve informações suficientes para tomar as devidas providências.

Confira a nota completa

Em resposta à solicitação da Correio do Povo, a OLX esclarece que não teve acesso a detalhes deste caso e, por isso, não foi possível investigar ou tomar as devidas providências. A atividade da empresa consiste na disponibilização de espaço para que as pessoas possam anunciar e encontrar produtos e serviços de forma rápida e simples. A ferramenta foi criada para auxiliar no desenvolvimento social e econômico do país e os usuários devem respeitar os Termos e Condições de Uso do site (http://go.olxbr.com/termos-condicoes-olx), o que não aconteceu nesse caso. 

Em parceria com o Itaú Unibanco, a plataforma oferece a ferramenta Compra e Venda Protegida, um serviço que guarda o sinal da transação de um veículo até que as partes envolvidas autorizem o pagamento para o vendedor. Além disso, também disponibiliza a consulta online Checkauto, da DEKRA, na qual os interessados por um carro podem verificar, por meio do número da placa, a procedência e documentação do veículo.

Vale ressaltar que a empresa disponibiliza um botão de denúncia em todos os anúncios publicados, possibilitando que qualquer pessoa denuncie eventuais práticas irregulares ou conteúdos indevidos. Identificada a irregularidade, a OLX conta com uma equipe especializada que atua sobre as denúncias, deletando os anúncios e banindo o mau usuário da plataforma. A OLX reitera, ainda, que está sempre à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário para a apuração dos fatos.

Atenciosamente, Time OLX


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