Preso o último envolvido em assassinato de motorista de aplicativo em Guaíba

Preso o último envolvido em assassinato de motorista de aplicativo em Guaíba

Quatro criminosos foram detidos ao longo da investigação que apurou que a vítima foi morta por castigo

Correio do Povo

Corpo foi encontrado em uma cova profunda no interior de um matagal

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A Polícia Civil elucidou o assassinato do motorista de aplicativo ocorrido em fevereiro deste ano em Guaíba. No início da manhã desta segunda-feira foi anunciada a prisão do último envolvido no crime. Na tarde da última sexta-feira no bairro Cohab, os agentes capturaram o quarto criminoso que participou da execução da vítima. Ele portava uma pistola com três carregadores e entorpecente. A operação Cartada Final foi coordenada pela titular da DP de Guaíba, delegada Karoline Calegari. Durante as investigações, um fuzil foi apreendido. O inquérito já foi remetido à Justiça.

O motorista de aplicativo, de 31 anos, havia desaparecido no dia 06 de fevereiro após sair da casa de amigos para fazer uma corrida até Canoas. Depois disso, ninguém mais teve contato com ele. O corpo da vítima seria encontrado no dia 19, enterrado em uma cova profunda em um matagal às margens do Guaíba, no bairro Ipê. A Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS) do Corpo de Bombeiros Militar, de Porto Alegre, foi acionada e foi necessário o uso de uma retroescavadeira para retirar o cadáver carbonizado sob a terra.

As investigações apontaram que o motorista de aplicativo foi morto por ordem de um dos líderes do tráfico de drogas nos bairros Ipê e São Jorge e que cumpre pena em um estabelecimento prisional desde 2013. Segundo a delegada Karoline Calegari, o traficante fez com que o motorista de aplicativo fosse atraído para uma emboscada, simulando um pedido de uma corrida para Canoas. De acordo com ela, a vítima deveria buscar entorpecentes e receberia em troca uma parte da droga. Um adolescente embarcou no veículo do motorista que acabou sendo rendido por dois indivíduos, incluindo o preso de sexta-feira, no bairro Ipê. Algemada e amarrada, a vítima foi então levada até o interior de um matagal onde seria depois executada e enterrada.

Conforme a titular da DP de Guaíba, a ideia inicial do traficante era “dar um castigo” na vítima pois a mesma estaria fazendo corrida para grupos rivais e teria ainda consumido uma parte da droga que havia recebido para a venda. No matagal, o motorista de aplicativo permaneceu refém a noite inteira, ficando incomunicável. No dia seguinte, depois de cerca de 12 horas “de castigo”, o indivíduo (que foi preso na sexta-feira) apareceu no local e deu uma arma ao adolescente que executou a vítima, previamente amordaçada e encapuzada, com um disparo no pescoço. Obedecendo ordem, o menor tentou ainda fazer uma decapitação com uma faca, mas não teve êxito. O corpo foi jogado na cova, sendo carbonizado e enterrado.

No inquérito policial, o mesmo indivíduo (capturado na sexta-feira) foi também indiciado por extorsão pois vinha expulsando moradores das residências para transformá-las em bocas de fumo e esconderijos. A delegada Karoline Calegari assegurou a existência de “provas contundentes da participação de todos os indiciados”. Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza, destacou a “crueldade dos criminosos no assassinato investigado”.


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