Procurado por ataque ao Porta dos Fundos afirma que humoristas são "intolerantes"

Procurado por ataque ao Porta dos Fundos afirma que humoristas são "intolerantes"

Suspeito publicou vídeo na internet pedindo orações do povo brasileiro

Estadão Conteúdo

Grupos protestam contra retratação de Jesus no especial do Netflix

publicidade

Procurado pela Polícia Civil como suspeito de ser um dos responsáveis por tentar incendiar a sede da produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, na madrugada de 24 de dezembro, Eduardo Fauzi Richard Cerquise divulgou pela internet na tarde desta quarta-feira, um vídeo em que faz críticas ao grupo de humoristas.
Após classificar os humoristas como "intolerantes", ele afirma que "quando o Porta dos Fundos escarnece do nome de nosso senhor Jesus Cristo ele pisa na esperança de milhões de pessoas que só têm Jesus Cristo como riqueza". E seguiu: "Quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro. Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", acusou.

Na semana passada, um grupo que se diz formado por "integralistas" divulgou um vídeo nas redes sociais em que reivindica o atentado à produtora. Eles afirmam que o ataque aconteceu devido ao especial de Natal da produtora que satiriza Jesus Cristo. No filme, os humoristas sugerem que Jesus teve experiências homossexuais. A Polícia Civil não confirmou se Cerquise faz parte do grupo de "integralistas".

O suspeito finalizou o vídeo pedindo orações: "Meu nome é Eduardo Fauzi, eu sou guardador de veículos, eu sou povo brasileiro. Se você crê, compartilhe, diga seu amém, me coloque em suas orações. Por Deus, pela pátria e pela família brasileira. Anauê." Anauê é uma saudação usada pelos integralistas, grupo político atuante no Brasil durante a década de 1930. Até o fim da tarde, o vídeo já tinha sido visto por 8,1 mil pessoas. Não é possível saber quando o vídeo foi gravado. Aparentemente, Cerquise está numa casa.
A reportagem procurou o Porta dos Fundos, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Cerquise, que é filiado ao PSL-RJ desde 2001, de acordo com o Tribunal Superior Eleitorial, tem passagens pela polícia, principalmente por casos de agressão e lesão corporal.
Em 2013, ele chegou a ser preso por dar um soco no então secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, quando ele concedia entrevista à TV Globo. Na ocasião, Cerquise trabalhava em um estacionamento irregular no Centro que acabara de ser fechado em uma operação da Guarda Municipal.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895