Quadrilha que extorquia comerciantes é alvo de ação em Porto Alegre e Viamão
Ofensiva tem relação com incêndio criminoso ocorrido na galeria Malcon, na Capital, no dia 22 de maio
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Uma organização criminosa, suspeita de ser responsável por um incêndio criminoso ocorrido em uma galeria de Porto Alegre, em maio deste ano, é alvo de operação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira. A ofensiva, chamada de Toll, tem o objetivo de cumprir 58 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão preventiva na Capital e em Viamão, na região da Metropolitana. A quadrilha extorquia comerciantes locais e dominava o tráfico de drogas no Centro Histórico. Nove pessoas já foram presas.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha estaria por trás do incêndio registrado na galeria Malcon no dia 22 de maio. O prédio comercial está localizado no Centro de Porto Alegre. O delegado Juliano Ferreira destacou que o grupo investigado tem o domínio do tráfico de drogas na Voluntários da Pátria, Parobé e rua dos Andradas e por conta disso passou a cobrar uma espécie de "pedágio" de comerciantes locais. "Eles cobram de R$ 50 a R$ 300 por semana e, infelizmente, os comerciantes tinham que pagar para continuar trabalhando. O dinheiro obtido com essa extorsão era investido em armamentos e drogas", contou à reportagem da Record TV RS.
Ferreira relatou ainda que na Voluntários da Pátria ficaria o QG da facção. "A comunicação da organização criminosa se dava por terceiros, mas temos um mandado contra o gerente do tráfico e contra o líder, que está detido em um presídio federal", acrescentou. Ele explicou que a quadrilha ainda seria proprietária de alguns estabelecimentos na região, o que demonstraria um alto poder de capitalização. "Uma Land Rover e um Audi TT foram apreendidos hoje", completou.
O delegado lamentou que, durante a investigação, encontrou dificuldades para obter depoimentos da vítima por conta do medo. "As pessoas muitas vezes até nos enviavam imagens da extorsão, mas este tipo de crime precisa ter o depoimento da vítima. A ação de hoje serve para mostrar que o Estado está presente e que as pessoas precisam nos procurar para que possamos agir", disse.
*Com informações do repórter Samuel Vettori