Secretaria da Segurança Pública anuncia quedas nos crimes contra a mulher em julho
Dados apontam redução histórica de 86% nos casos de feminicídios no Rio Grande do Sul
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O número de vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul teve uma queda de 86% em julho em relação ao mesmo período do ano passado. Dois casos foram registrados no mês passado contra 14 ocorridos na mesma época de 2019. Já os casos entre janeiro e julho de 2020, que somaram 53, tiveram uma redução de 4% na comparação com os mesmos sete meses de 2019, que ficaram em 55 ocorrências. A retração interrompeu a tendência de alta que se verificou no primeiro semestre. O RS assinala ainda o terceiro mês consecutivo com redução nos feminicídios verificados no mesmo período do ano passado, interrompendo a tendência de alta que se verificou no primeiro semestre.
Os novos dados dos indicadores de criminalidade foram divulgados na manhã desta quinta-feira pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em entrevista coletiva online à imprensa. O governador Eduardo Leite destacou o aprofundamento do processo de integração entre as forças de segurança pública. “Anima de ver o esforço conjunto e ver os bons indicadores com redução constante e permanente da criminalidade ao longo do nosso governo”, ressaltou. “Estamos em um processo de redução da criminalidade em todas as frentes do nosso Estado. O processo de inflexão da curva de indicadores começou na gestão anterior, mas se acentuou neste governo”, enfatizou.
O vice-governador e secretário da SSP, Ranolfo Vieira Júnior, apresentou outros dados em sua explanação. Ele frisou a queda dos feminicídios mesmo em um momento de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus. “Com a criação do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, a expectativa é ampliar essas reduções nos próximos meses, promovendo uma verdadeira mudança de cultura da valorização e proteção da mulher gaúcha”, declarou.
Ranolfo Vieira Júnior divulgou outros indicadores da violência doméstica que também fecharam em baixa. Os estupros caíram 33,6% na comparação de julho deste ano, com 95 casos, contra os 143 registrados no mesmo mês em 2019. Já as lesões corporais passaram de 1.364 ocorrências em julho de 2019 para 1.155 do mesmo mês em 2020, representando uma diminuição de 15,3%. As ameaças contra as mulheres diminuíram respectivamente de 2.739 para 2.295 casos, significando 16,2%, ao passo que as tentativas de feminicídio permaneceram estáveis, com 22 registros oficiais.
No acumulado, os primeiros sete meses de 2019 tiveram 21.952 ocorrências de ameaças contra 19.200 no mesmo período agora de 2020, indicando uma queda de 12,5%. Tratam se de quase 3 mil casos a menos. Nas lesões corporais, a redução supera 1 mil casos, caindo de 12.056 para 10.876, uma redução de 9,8%. Por sua vez, a soma de tentativas de feminicídio caiu de 205 para 188, apontando uma diminuição de 8,3%. Nos estupros, os dados revelam 929 casos entre janeiro e julho de 2019 contra 920 no mesmos meses em 2020, uma queda de apenas 1%.
Sobre as expectativas de um possível aumento da violência contra a mulher em razão do distanciamento social imposto pela pandemia, o vice-governador e secretário da SSP, delegado Ranolfo Vieira Júnior, avaliou que elas não foram confirmadas diante dos números de redução dos casos. “Não posso descartar”, ressalvou, mas lembrou que “a subnotificação dos crimes na violência contra a mulher sempre esteve presente”. Ele recordou inclusive que, neste período de pandemia, ocorreu a ampliação dos canais de denúncias voltados às mulheres vítimas e aumento da rede de atendimento. “Temos de ter uma política cada vez mais transversal”, resumiu, observando até a importância da conscientização na sociedade.
Todos os indicadores de criminalidade, com dados, textos explicativos e gráficos, podem ser acessados através do site da instituição (www.ssp.rs.gov.br).