Segundo dia de reconstituição do caso Carrefour ocorre nesta quinta-feira em Porto Alegre

Segundo dia de reconstituição do caso Carrefour ocorre nesta quinta-feira em Porto Alegre

Polícia Civil e Instituto-Geral de Perícias participam novamente da Reprodução Simulada dos Fatos, desta vez com a presença dos réus

Correio do Povo

Primeiro dia ocorreu com as presenças das testemunhas

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A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizam a partir das 18h desta quinta-feira o segundo dia de Reprodução Simulada dos Fatos do caso Carrefour. Desta vez, a reconstituição será com cinco dos seis réus, pois um deles recusou-se a participar.

O caso foi investigado pela titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DPHPP) de Porto Alegre, delegada Roberta Bertoldo. Na noite de 19 de novembro do ano passado, o cliente João Alberto Silveira, o Beto, foi espancado e morto no estacionamento do hipermercado no bairro Passo D´Areia, em Porto Alegre.

O pedido de reconstituição havia sido pedido pelos advogados David Leal, Raiza Hoffmeister, Jader Gilberto, Márcio Rosano e Tainara Monteiro, ao Poder Judiciário, cuja primeira audiência ocorre no dia 18 deste mês. Os defensores representam dois réus, sendo um ex-policial militar temporário e um funcionário.

Entre a noite de terça-feira e madrugada desta quarta-feira, o primeiro dia dos trabalhos contou com as presenças de oito testemunhas. Apenas uma delas, a esposa da vítima, não participou sob alegação de que não tinha condições de saúde.

Os trabalhos começaram às 18h de terça-feira no Palácio da Polícia, onde fica a 2ª DPHPP. As oito testemunhas tiveram coletadas e gravadas suas versões dos fatos de forma individual pelos peritos criminais do IGP, sendo esclarecidas eventuais dúvidas.

Já no Carrefour do bairro Passo D´Areia, a reconstituição teve início às 00h30min desta quarta-feira, quando as testemunhas, acompanhadas de 25 policiais civis que fizeram papéis diversos – iniciaram a simulação dos fatos.

Houve a participação dos advogados dos réus e dois assistentes técnicos contratados por um dos réus, além de um representante do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Conforme o IGP, a Reprodução Simulada dos Fatos é uma das mais complexas perícias criminais. Ela é realizada pelo perito criminal a pedido da autoridade policial ou judiciária. O objetivo é verificar a viabilidade de os fatos terem ocorrido da forma como foram narrados pelos envolvidos.

A preparação envolve a leitura do inquérito policial e/ou processo judicial pelo perito responsável, que também analisa os laudos periciais já produzidos para o caso. No dia marcado, os envolvidos são ouvidos na delegacia, onde relatam para o perito criminal a sua versão.

Após, eles dirigem-se ao local dos fatos, onde cada ação apresentada é reproduzida pelos envolvidos, individualmente. As ações são registradas pelo fotógrafo criminalístico do IGP. O perito pode fazer perguntas para esclarecer cada ato.

Depois, o perito analisa as versões relatadas, verificando quais são factíveis, tendo como base elementos técnicos da análise pericial. No laudo, o perito também responde os quesitos técnicos que podem ter sido formulados pelo solicitante, pela defesa e pela acusação. O prazo para entrega do laudo depende da quantidade e complexidade das versões apresentadas, dos elementos a serem analisados e dos quesitos a serem respondidos.

Na manhã desta quarta-feira, os advogados David Leal, Raiza Hoffmeister, Jader Gilberto, Márcio Rosano e Tainara Monteiro, apresentaram as conclusões dos peritos médicos legistas Cléber Müller e Antônio Nunes, que já foram diretores-gerais do IGP no Rio Grande do Sul e Piauí. Ambos foram contratados no caso e também estiveram presentes em uma coletiva à imprensa.

“Eles trouxeram uma série de informações relevantes para a nossa defesa, somadas com o próprio laudo do IGP”, explicou o advogado David Leal, referindo-se aos fatores que contribuíram com a morte de João Alberto e que não teria sido causada pelas agressões.


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