Senad converte mais de 3,4 milhões de dólares apreendidos com o crime pela Polícia Federal

Senad converte mais de 3,4 milhões de dólares apreendidos com o crime pela Polícia Federal

Parte do dinheiro é oriundo da operação Spectrum que prendeu o barão da droga Cabeça Branca

Correio do Povo

Valores confiscados serão revertidos aos órgãos de segurança pública federais e estaduais

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A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública realizou a conversão de mais de 3,4 milhões de dólares apreendidos pela Polícia Federal em ações contra a criminalidade. Parte do dinheiro é fruto da operação Spectrum desencadeada pela PF em julho de 2017. Na ocasião, o alvo foi o barão da droga conhecido como Cabeça Branca. Ele foi capturado na cidade de Sorriso, no Mato Grosso. O narcotraficante encontra-se recolhido desde então em uma penitenciária federal.

Na época, a PF apurou que o patrimônio do criminoso ficaria em torno de 100 milhões de dólares entre fazendas, casas, aeronaves, contas bancárias em paraísos financeiros, imóveis e veículos de luxo. Ele era então um dos traficantes mais procurados há cerca de 30 anos. Cinco fazendas dele foram confiscadas judicialmente pelas autoridades paraguaias em agosto do ano passado.

No dia 8 de julho de 2010, uma reportagem do Correio do Povo, intitulada “Cabeça Branca, novo alvo da Polícia Federal e Senad”, já relatava a caçada ao barão da droga na região da fronteira. O narcotraficante manteve-se foragido graças às cirurgias plásticas que fez em seu rosto, com o objetivo de não ser identificado, além de usar nomes falsos.

Com condenações na época que somavam mais de 50 anos de prisão, Cabeça Branca foi apontado como líder de uma organização transnacional especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, sendo considerado um dos principais fornecedores de cocaína para as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). Ele introduzia cerca de cinco toneladas da cocaína por mês em território nacional com destino final aos estados e até ao exterior.

A conversão de moedas é resultado do trabalho integrado entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a 3ª Vara Federal de Campo Grande, no Mato Grosso, a 2° Vara Criminal de Palhoça, em Santa Catarina, e a 23ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná.

A operação de exportação de moeda estrangeira é feita junto ao Bank of America e intermediada pela Caixa Econômica Federal. A ação favorece a descapitalização de criminosos, uma das estratégias do governo para alavancar o combate à criminalidade.

Segundo o secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, Luiz Roberto Beggiora, trata-se de mais um passo no combate à criminalidade por meio do confisco de bens das organizações criminosas e a rápida destinação e aplicação dos recursos nos órgãos de segurança pública federais e estaduais. “Temos estrutura para tornar cada vez mais célere a destinação dos bens apreendidos dos criminosos, convertendo-os em recursos para o combate à criminalidade e enfraquecimento das organizações criminosas", afirmou.

O montante será recolhido em favor do Fundo Nacional Antidrogas (Funad), que financia políticas de segurança pública e de combate às drogas no país. Esta é a segunda conversão de moedas estrangeiras apreendidas de criminosos realizada pela Senad em parceria com o Poder Judiciário e a Caixa. Em junho do ano passado, foram arrecadados aproximadamente R$ 62 milhões para o Fundo Nacional Antidrogas com venda de U$12 milhões.


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