Servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP) querem vacina imediata contra a Covid-19

Servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP) querem vacina imediata contra a Covid-19

Nota oficial das entidades de classe protesta contra categoria ter sido excluída da primeira fase de imunização

Correio do Povo

Riscos de exposição ao novo coronavírus foram lembrados

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As entidades de classe que representam os servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP) também protestaram contra o fato da categoria ter ficado de fora da primeira etapa de vacinação contra a Covid-19 na segurança pública gaúcha. A Associação dos Peritos Criminais do Rio Grande do Sul, Associação dos Técnicos em Perícias do IGP, Associação dos Fotógrafos Criminalísticos, Associação dos Papiloscopistas e a Associação Gaúcha dos Peritos Legistas divulgaram uma nota conjunta na qual cobram do Governo do Estado a inclusão imediata do IGP e alerta que a categoria está revoltada.

Na nota oficial, os peritos chamam atenção para o fato de atenderem ocorrências policiais presencialmente, sempre em regime de prontidão, expondo-se a diversos agentes patógenos, incluindo o coronavírus, ao manipularem cadáveres e outros vestígios biológicos. Eles lembram ainda que os profissionais trabalham em ambientes de alta contaminação como necrotérios, postos médico-legais, hospitais e laboratórios, realizando também exames periciais em indivíduos vivos.

“No que se refere às ocorrências em que há suspeita ou a confirmação de morte violenta (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, etc), os servidores estão expostos a diversos agentes patológicos/patógenos, dentre estes o coronavírus (SARS-CoV-2), ao manipularem as vítimas e outros vestígios biológicos”, observam as entidades de classe na nota oficial.

“Após o atendimento presencial pela equipe pericial no local do fato, os cadáveres são levados ao Departamento Médico-Legal (DML) ou Postos Médico-Legais (PML), onde passam por uma série de procedimentos, como exames de necrópsia, raio x, identificação, além de coletas de urina, sangue e vísceras para exames posteriores", explicam.

"Cada vítima/vestígio é manipulado por muitos servidores (técnicos em perícias, papiloscopistas, fotógrafos criminalísticos, peritos criminais e peritos médico-legistas), desde o seu recebimento até o reconhecimento/identificação/restituição do corpo à família para que providencie o sepultamento, sendo que nesse momento há também o contato com agentes funerários e familiares, ou seja, há um grande número de pessoas que acessam nossas instalações”, acrescentam.

No documento é enfatizado que os servidores do IGP atuam em ambientes insalubres como necrotérios, postos médico-legais, hospitais e laboratórios, porém realizando exames periciais em indivíduos vivos, expondo-se mais ainda aos riscos de contágio. “Destacam-se entre esses os servidores que atuam em postos médico-legais realizando exames de lesão corporal em custodiados, em vítimas de agressão física, de violência doméstica, de violência sexual, exames de verificação de embriaguez e perícias psíquicas, além de servidores que realizam a coleta de material genético de apenados no interior dos presídios para sua inserção no Banco Nacional de Perfis Genéticos”,

Por fim, as entidades classistas ressaltam o trabalho realizado em contato direto com a população no Departamento de Identificação e nos Postos de Identificação. “Durante esses atendimentos são coletadas as impressões digitais para a confecção das carteiras de identidade dos cidadãos gaúchos”, frisaram, enumerando ainda outras situações de risco.


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