Sete suspeitos de executarem traficante são presos em operação da 3ª DPHPP de Porto Alegre

Sete suspeitos de executarem traficante são presos em operação da 3ª DPHPP de Porto Alegre

Vítima foi morta com 80 tiros em dezembro do ano passado no bairro Sarandi, na Capital

Correio do Povo

Ação com 22 ordens judiciais ocorreu em seis cidades

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A 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (3ª DPHPP) da Polícia Civil, sob comando do delegado Luis Antonio Reis Firmino, desencadeou na manhã desta segunda-feira a operação Exilium, que investiga uma execução ocorrida na tarde do dia 8 de dezembro do ano passado no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Atingida por cerca de 80 tiros, a vítima, vulgo Zeca, de 32 anos, liderava o tráfico de drogas da vila Nazaré, na avenida Sertório.

Houve o cumprimento de 15 mandados judiciais de busca e apreensão e outros sete de prisões foram cumpridos na Capital, Canoas, Viamão, Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro e Sertão Santana. Sete suspeitos foram detidos.

Além da execução, os criminosos são também investigados por uma tentativa de latrocínio de uma mulher, ocorrida durante a fuga deles, logo após o homicídio.

O executor do traficante Zeca já se encontrava preso. Ele foi capturado na madrugada do dia 25 de janeiro passado, quando trafegava com um veículo na BR 116, em Guaíba. Na ocasião, os agentes da 3ª DPHPP apreenderam ainda cerca de quatro quilos de maconha e um revólver calibre 38.

Conforme o delegado Luis Antonio Reis Firmino, as investigações duraram em torno de três meses. A equipe da 3ª DPHPP apurou que a intenção dos suspeitos, pertencentes a um grupo criminoso, era eliminar os rivais para expandir o domínio no tráfico de drogas. "Queriam dizimar totalmente", resumiu.

Informações obtidas através de outras ocorrências investigadas pela 3ªDPHPP indicaram que desentendimentos entre lideranças do grupo criminoso com base na vila Nazaré, entre os anos de 2017 e 2018. Uma onda de crimes foi deflagrada como forma de retaliação.

Membros da facção que entraram em discordância com a maioria do grupo foram mortos ou expulsos do local onde viviam. Duas lideranças foram obrigadas a sair da vila Nazaré pelo traficante Zeca e acabaram se estabelecendo na vila Amazônia, no bairro Rubem Berta.

Na vila Amazônia, os expulsos se aproximaram dos traficantes locais e articularam, a partir daí, um plano de vingança. Sucessivos atentados contra a vida dos antigos parceiros que os expulsaram da Vila Nazaré, incluindo o líder do narcotráfico na região, tiveram início.

Execução

Zeca foi morto com cerca de 80 tiros de pistolas de calibre 9 milímetros na frente do prédio onde residia, na avenida Engenheiro Francisco Rodolfo Simch, no Passo da Mangueira, no bairro Sarandi. Ele estava com a esposa e a filha, que correram para não serem baleadas.

De acordo com o titular da 3ª DPHPP, Zeca já tinha escapado de outros dois atentados. "Em 2020, acertaram ele e mais algumas pessoas. Depois foram até a frente para o Hospital Cristo Redentor, onde dispararam mais alguns tiros. Em 2021, tentaram novamente e fizeram uma emboscada, ele levou mais sete tiros...um irmão dele faleceu", lembrou. 

Os autores do crime fugiram em um Citroën C3, mas o carro chocou-se contra um poste no caminho. Eles então tentaram roubar um outro veículo para prosseguir, sendo abordada a motorista de um Fiat Uno Way nas proximidades. A vítima, de 44 anos, levava o filho adolescente e um amigo deste para a escolinha de futebol.

Ela tentou escapar e acabou alvejada com disparos. Uma das balas atingiu o pescoço dela. Mesmo assim, ela conseguiu levar o veículo até as imediações do entroncamento da avenida Assis Brasil com a rua Domingos Rubbo, ficando o automóvel parado no corredor exclusivo do transporte coletivo. Ela foi socorrida e encaminhada em estado grave ao Hospital Cristo Redentor. "O crime chocou a sociedade", recordou o delegado  Luis Antonio Reis Firmino.

A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez, destacou a complexidade da operação policial e elogiou a logística empregada para a captura de criminosos em uma área de mata. A ação mobilizou mais de 130 agentes em 40 viaturas, além do helicóptero da Polícia Civil em apoio.

Foto: PC / Divulgação / CP


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