Tentativa de invasão fez com que vigílias noturnas sejam montadas no Quilombo Alpes, em Porto Alegre

Tentativa de invasão fez com que vigílias noturnas sejam montadas no Quilombo Alpes, em Porto Alegre

Alvo seriam as moradias do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, cuja construção foram interrompidas em 2019

Correio do Povo

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O medo de invasão das 50 casas do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, cuja construção foi interrompida em 2019, fez com que vigílias noturnas fossem montadas no Quilombo Alpes, com acesso pela estrada dos Alpes, no bairro Glória, em Porto Alegre. Com cerca de 120 famílias, a comunidade quilombola possui em torno de 58 hectares, sendo considerado o maior em extensão da cidade.

No domingo passado, um grupo de 20 pessoas tentaram invadir a área e um dia antes chegaram a pichar com a letra X as moradias, mesmo incompletas, que seriam ocupadas. No entanto, a Brigada Militar, através do 19º BPM, interveio e impediu a invasão. Desde então, a Brigada Militar e a Guarda Municipal têm feito rondas na região.

Representando a comunidade, o advogado Onir de Araújo explicou à reportagem do Correio do Povo que a repercussão do incidente e a mobilização fez com que na última segunda-feira fossem retomadas as obras de conclusão das moradias, destinadas às famílias em situação de maior vulnerabilidade dentro da comunidade. “A Caixa Econômica Federal finalmente liberou o recurso que estava trancado para a cooperativa. Já estão instalando o canteiro de obras, as máquinas já chegaram...”, destacou.

“Quando começou a suspeita de que haveria invasão, o quilombo solicitou providências primeiro ao Incra e ao Ministério Público Federal…O quilombo vinha alertando que estava preocupado por que havia as ameaças e pediu que as autoridades garantem a segurança e tranquilidade da comunidade”, lembrou o advogado Onir de Araújo, observando que não sabe quem são os invasores. “Está a cargo das autoridades saber quem são essas pessoas”, resumiu.

“Em função desse quadro, houve muito apoio de outras comunidades quilombolas, uma vigília permanente e uma cobrança para que as autoridades garantissem a integridade do território”, disse. “Houve rondas do 19º BPM e da Guarda Municipal, o que deu uma certa tranquilidade a comunidade...”, acrescentou.

“O que o quilombo está reivindicando agora é que seguiam as rondas da Brigada Militar e também que haja uma garantia de segurança da comunidade por parte dos entes federais”, afirmou o advogado Onir de Araújo.

O processo de titulação do Quilombo dos Alpes está na etapa final. “A certificação foi no verão de 2005”, recordou. “Em 2016 foi publicado o decreto presidencial de desapropriação por interesse social”, complementou. 


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