Universitária que caiu da bicicleta após assédio no Paraná afirma: "Me senti um lixo"

Universitária que caiu da bicicleta após assédio no Paraná afirma: "Me senti um lixo"

Suspeito foi detido por importunação sexual e lesão

R7

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A estudante de direito Andressa Lustosa afirmou à Record TV que se sentiu um objeto após ter sido tocada por um homem enquanto andava de bicicleta no último domingo (26) em Palmas, no interior do Paraná. Ela se desequilibrou, caiu e poderia até ter sido atropelada, mas teve escoriações.

"Eu fiquei em choque e me sentindo, como qualquer outra mulher se sentiria, se passando por uma situação como essa, de objeto. Me senti um lixo, vamos falar bem a verdade. Uma situação muito desagradável, degradante. É nojento", disse. Nas redes sociais, ela já havia se pronunciado: "Nós, mulheres, não temos um minuto de paz. Saio de casa para andar de bicicleta e volto toda machucada por uma atitude covarde dessas".

Nas imagens postadas, dá para ver o momento em que Andressa passa de bicicleta e o passageiro de um carro coloca a mão para fora e toca nas nádegas dela. Naquele momento, ela se desequilibra e cai. Algumas pessoas que presenciaram a ação ajudaram Andressa a se levantar. O motorista e o passageiro do veículo que praticaram assédio contra a universitária serão indiciados por importunação sexual e lesão corporal, segundo o delegado Felipe Souza, responsável pela investigação. 

O vídeo com o flagra do assédio foi compartilhado pela jovem nas redes sociais e viralizou. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (28), a polícia afirmou que o acompanhante que encostou o mão no corpo de Andressa foi detido, e o motorista já foi identificado. "Eles tinham plena consciência e controle da ação. O condutor foi quem lançou o carro em direção à vítima e o carona foi quem passou a mão na Andressa", afirmou o delegado.

Se condenados, a pena pode variar entre dois e dez anos, já que a pena para importunação sexual é de um a cinco anos, mesmo intervalo para casos de lesão corporal em que há perigo de vida. O delegado informou ainda que quatro pessoas estavam no carro no momento do fato, sendo um deles adolescente. Um dos jovens que estavam no banco de trás disse que foi contra a atitude e relatou que todos os integrantes do automóvel estavam embriagados. Outras mulheres fizeram denúncias de situações semelhantes. "O problema está enraizado, outras mulheres estão sofrendo com isso. O assédio não é brincadeira, é crime", lembrou Andressa.

 


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