Universitário paranaense é investigado por racismo, ideias nazistas e de supremacia branca

Universitário paranaense é investigado por racismo, ideias nazistas e de supremacia branca

Operação da Polícia Federal foi desencadeada na residência do aluno do IFPR em Paranaguá

Correio do Povo

Agentes cumpriram ordem judicial

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Por incitação ao crime de racismo e veiculação de ideias nazistas, cruz suástica e supremacia branca nas redes sociais, um estudante do Instituto Federal do Paraná (IFPR) foi alvo na manhã desta quarta-feira da Polícia Federal. Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do universitário, situada na cidade de Paranaguá.

Segundo a investigação da Polícia Federal, o jovem, de 19 anos, vinha divulgando imagens contendo mensagens depreciativas e imagens de menosprezo acerca do povo judeu. Além disso, o estudante se autointitulava um "nazista alemão reencarnado" e divulgava vídeos e imagens dos massacres ocorridos nas cidades de Suzano, em São Paulo, em 2019, e Columbine, em Colorado, nos Estados Unidos, em 1999. Ele enaltecia os ataques.

O estudante foi ouvido na sede da PF em Paranaguá. Durante o cumprimento da ordem judicial, os policiais federais recolheram dispositivos eletrônicos, coturnos e facas, entre outros objetos. Com análise do conteúdo, o trabalho investigativo pode ser concluído ou terá prosseguimento para identificar outros envolvidos.

Se comprovada a prática do crime, o jovem será indiciado e poderá sofrer pena de até cinco anos de reclusão e multa, além de eventuais outros crimes que possam ser apurados.

NOTA OFICIAL

A instituição universitária divulgou nota oficial. “A comunidade do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) recebe com repulsa e tristeza a notícia de que um de seus estudantes está sendo investigado pela Polícia Federal por apologia a atos e ideais nazistas”, manifestou-se.

“A Lei antirracismo (Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989) tipifica como crime ´fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo’, lembrou.

“Informamos que, no âmbito do IFPR, a situação específica deste estudante já estava sendo tratada em um processo disciplinar no Campus Paranaguá e que o caso continuará sendo analisado nas instâncias institucionais apropriadas, no tempo adequado, e com respeito à ampla defesa, como deve ocorrer no Estado Democrático de Direito”, observou a instituição.

“De qualquer forma, não podemos deixar de pontuar que a Democracia; a Diversidade Humana e Cultural e a Valorização das Pessoas são valores inegociáveis do IFPR e que a defesa de discursos nazifascistas, que tanto mal já causaram à humanidade, é inadmissível e jamais encontrará espaço em nossa instituição”, concluiu na nota oficial.


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