Veículo que atropelou e matou jardineiro estava a 115 km/h na ERS 239, em Araricá

Veículo que atropelou e matou jardineiro estava a 115 km/h na ERS 239, em Araricá

Conclusão é do Instituto-Geral de Perícias, que apontou quase o dobro do limite no trecho que é de 60 km/h

Correio do Povo

Vítima foi atingida por uma Toyota Hilux, mas salvou antes a netinha

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O Instituto-Geral de Perícias (IGP) calculou em 115 km/h a velocidade do veículo que atropelou e matou um pedestre em 26 de setembro deste ano na ERS 239, em Araricá. Conforme o laudo pericial do acidente de trânsito, o limite no trecho da rodovia era de 60 km/h. O caso é investigado pela Polícia Civil, que apura inclusive a possibilidade de um racha.

A vítima atropelada e morta foi identificada como o jardineiro Mauro Roni Hartmann, 53 anos. De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, ele empurrava uma bicicleta, que continha um reboque tipo carrocinha onde estava sua neta, de dois anos, no km 35 da rodovia.

O jardineiro conseguiu salvar a netinha ao empurrá-la para longe antes de ser atingido por uma Toyota Hilux. A criança teve ferimentos leves e foi hospitalizada. A vítima deixou ainda esposa e três filhos.

Conforme o IGP, a definição da velocidade do veículo no momento da colisão contou, por exemplo, com a medição a partir de imagens do acidente. Uma câmera de vigilância próxima ao local chegou a registrar uma parte da ação, mas a imagem só mostrava o momento posterior ao atropelamento.

“De maneira simplificada, para o cálculo da velocidade com imagens são escolhidos pontos de referência na imagem, como postes, placas, etc. O perito realiza medições destes pontos no local e compara a posição do veículo em diferentes frames ao trafegar por eles. No caso, o veículo estava desacelerando e não existiam pontos de referência no espaço desejado que pudessem ser usados”, explicou o perito criminal Davi Pereira de Almeida, do Posto de Criminalística do IGP em Novo Hamburgo.

Outra forma é verificar a distância entre o local do atropelamento e o ponto onde o corpo foi encontrado, o que apenas oferece apenas um valor aproximado. De acordo com o IGP, a solução encontrada foi reproduzir as condições do acidente.

Uma viatura foi levada para a rodovia e refez o trajeto a 60 km/h. O deslocamento foi gravado pela mesma câmera que havia registrado a morte do jardineiro.

As duas imagens foram então sobrepostas na Seção de Engenharia do Departamento de Criminalística do IGP e usadas para calcular a velocidade do carro. Houve o cálculo de que o veículo estava a uma velocidade de 115 km/h, já na fase de desaceleração. Segundo os peritos, a faixa de erro é de 12 km/h, ou seja, a velocidade pode ter ficado entre 103 km/h e 127 km/hora.


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