Alvo de ação da Polícia Federal, advogado de Lula acusa Lava Jato de "retaliação"
Cristiano Zanin prometeu denunciar "invasão" de casa e escritório
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O advogado Cristiano Zanin acusou a força-tarefa da Operação Lava Jato de retaliação contra ele, após a Polícia Federal deflagrar na manhã desta quarta-feira (9) a "Operação E$quema S". A ação investiga possíveis desvios, entre 2012 e 2018, de cerca de R$ 355 milhões das seções do Rio de Janeiro do Sesc, Senac e Fecomércio a escritórios de advocacia. Enquanto defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele acusa a Lava Jato de ter cometido uma série de ilegalidades no processo.
"Era óbvio que a Lava Jato iria promover alguma retaliação contra mim, afinal, nos últimos anos atuei incessantemente para desmascarar seus abusos. A invasão da minha casa e do meu escritório será por mim denunciada em todos os foros para que os responsáveis sejam punidos", afirmou, pelo Twitter.
2/ Na guerra jurídica travada entre duas entidades privadas, a Fecomercio/RJ e a CNC, temos 12.474 horas de atuação, cerca de 1.400 petições e 77 profissionais envolvidos apenas no nosso escritório, tudo lançado em sistema auditado.
— Cristiano Zanin Martins (@czmartins) September 9, 2020
O advogado de Lula se defendeu das acusações em uma segunda mensagem nas redes sociais.
após quase 3 anos de batalha judicial, deveríamos começar a fazer o exame do material proveniente do acordo de leniência da Odebrecht, que foi guardado até agora com muito sigilo pela Lava Jato. Dá para imaginar por que a Lava Jato invadiu nosso escritório e pegou nosso material?
— Cristiano Zanin Martins (@czmartins) September 9, 2020
Zanin esteve entre os 50 alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela PF hoje, que também incluem o advogado Frederick Wassef, que já defendeu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e a advogada Ana Tereza Basilio, que representa o governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC). De acordo com o Ministério Público, Sesc, Senac e Fecomércio fluminenses teriam destinado mais de 50% do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia, em esquema que teria sido liderado por Zanin, entre outros denunciados.