Após ação policial, Alckmin e Doria dizem que fluxo não voltará à Cracolândia
Nova ação retirou usuários de drogas da Praça Princesa Isabel na manhã deste domingo
publicidade
"(A Cracolândia) não vai voltar para a (Rua) Helvétia, não vai voltar", afirmou Alckmin em coletiva de imprensa dentro do prédio de acolhimento do Programa Recomeço do governo estadual. "Não há a menor hipótese de a Rua Helvétia, a Dino Bueno voltarem a ter o status que já tiveram no passado. Essa hipótese é zero, seja pela ação do Estado, seja pela ação do município", completou Doria.
Tanto Alckmin quanto Doria enalteceram a operação da Polícia Militar, que prendeu dois traficantes e um dependente por agressão e retirou o acampamento de viciados da Praça Princesa Isabel, novo endereço da Cracolândia desde a primeira operação policial na região, há exatas três semanas. Para ambos, a dispersão vai facilitar a abordagem dos dependentes químicos pelos agentes sociais e dificultar a ação de traficantes que abastecem o fluxo.
Neste domingo, policiais militares da Força Tática e do Choque começaram a sitiar a praça por volta das 5h. Assim que perceberam a movimentação policial, muitos usuários de drogas e traficantes da nova Cracolândia começaram a deixar a praça em direção à estação da Luz e ao Elevado João Goulart, o Minhocão, abandonando as inúmeras barracas montadas ao longo de três semanas no novo ponto de venda e consumo de crack.
Viaturas da PM já bloqueavam as avenidas Rio Branco e Duque de Caxias quando o helicóptero de corporação sobrevoou pela primeira vez a região, às 6h24min. O barulho soou como mais um alarme de retirada dos acampados e mais viciados deixaram o reduto.
Fogueiras que tinham sido acesas durante a noite para ajudar a espantar o frio - a temperatura média na capital esta noite foi de 8,7°C -, foram alimentadas pelos dependentes, e o fogo atingiu barracos e acabou se espalhando. Uma nuvem preta cobriu um cenário de lixo e miséria. A PM acionou o Corpo de Bombeiros e homens do Choque começaram a entrar na Praça.