Após ataque de Flávio Bolsonaro, bancada feminina enviará senadoras para CPI da Covid

Após ataque de Flávio Bolsonaro, bancada feminina enviará senadoras para CPI da Covid

A líder da bancada Simone Tebet promete participação das senadoras em todas as sessões da comissão que apura os motivos dos 400 mil mortos no Brasil

AE

Após crítica de Flávio Bolsonaro, a bancada feminina do Senado promete estar diuturnamente na CPI da Covid-19

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Após uma declaração do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre a participação de mulheres na CPI da Covid-19, a bancada feminina do Senado decidiu que vai enviar senadoras para todas as sessões do colegiado. O grupo investiga o governo federal na pandemia e o repasse de verbas a Estados e municípios. A cada reunião, pelo menos uma senadora mulher deve estar presente para participar da discussão.

Na primeira reunião da CPI da Covid-19, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) acusou o filho do presidente Jair Bolsonaro de ter se manifestado de forma machista ao criticar o que ele definiu como "desinteresse" das parlamentares na comissão.

Flávio Bolsonaro não integra a CPI, mas compareceu para defender o governo do pai. Crítico da composição do grupo, o senador disse que as mulheres não se indignaram com a formação masculina da comissão - todos os 18 integrantes, entre titulares e suplentes, são homens.

"Em primeiro lugar, acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas. Estão fora da CPI, não fazem questão de estar nela e se conformam em acompanhar o trabalho a distância", afirmou Flávio.

A declaração foi criticada pela bancada feminina, que apontou um ataque machista do senador. Embora nenhuma mulher faça parte da CPI, qualquer senador pode participar e falar durante as reuniões. Apenas a apresentação de requerimentos e as votações são restritas aos titulares. Nesta quinta-feira, a senadora Leila Barros (PSB-DF) foi à sessão da CPI, que analisa o plano de trabalho do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

"Na minha terra tem um ditado que diz 'Não cutuque onça com vara curta'. Já íamos participar da CPI diuturnamente, porque nada é mais importante para a bancada feminina que entender os erros mortais que mataram centenas de milhares de brasileiros, e continuam matando. Agora, provocadas, estaremos de plantão 24 horas", afirmou a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB-MS).


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