Após conflito sobre teto de gastos, quatro secretários de Paulo Guedes pedem demissão

Após conflito sobre teto de gastos, quatro secretários de Paulo Guedes pedem demissão

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, pediu exoneração junto com três outros secretários

R7

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, pediu exoneração junto com três outros secretários

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A disputa travada no governo sobre o teto de gastos já tem quatro baixas na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos nesta quinta-feira.

Além deles, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também deixaram seus cargos.

Segundo o Ministério da Economia, a decisão dos quatro é de ordem pessoal. "Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país", afirma a pasta em nota.

Desde o início desta semana, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou o Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família, com valor de R$ 400, sem investimento previsto, houve embate entre as equipes política e econômica do governo. Funchal defendia que as despesas do governo ficassem dentro do teto de gastos.

Mas o ministro Paulo Guedes afirmou que o novo programa seria pago acima do teto, o que demandaria uma licença para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões, ou haveria opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo. Nesta manhã, o dólar chegou a quase R$ 5,70 na abertura, embora tenha arrefecido na hora seguinte

O governo tenta agora abrir um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022, ano em que o presidente da República buscará sua reeleição. O acordo fechado na manhã desta quinta-feira entre as alas política e econômica do governo, após dias de embate para viabilizar o pagamento de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família.

A ideia é adotar a correção da inflação de janeiro a dezembro. Só essa mudança proporcionaria uma folga extra de R$ 40 bilhões. Considerando-se também a limitação do pagamento de precatórios (dívidas judiciais), que já era uma medida apresentada pela equipe econômica ao Congresso Nacional, o espaço total em 2022 ficará em R$ 83,6 bilhões.


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