Após decreto, vereadores questionam Marchezan sobre enfrentamento à pandemia em Porto Alegre

Após decreto, vereadores questionam Marchezan sobre enfrentamento à pandemia em Porto Alegre

Marchezan argumentou que medidas buscam evitar disseminação de Covid-19 e apresentou pacote de projetos para cidade

Mauren Xavier

Vereadores questionaram sobre as medidas de restrições na cidade

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Em uma reunião que durou mais de duas horas e meia, o prefeito Nelson Marchezan Júnior respondeu a questionamentos de vereadores, na tarde desta segunda-feira, em relação à pandemia em Porto Alegre. Apesar de o prefeito ter anunciado que pretendia discutir um pacote de projetos para modernização da cidade, que envolvia medidas, por exemplo, nas áreas da educação, sustentabilidade e mobilidade, a videoconferência acabou concentrada na estratégia de enfrentamento à Covid-19.  

Em manifestações, vereadores questionaram sobre as medidas de restrições na cidade, especialmente em relação ao último decreto da prefeitura, emitido na madrugada desta segunda-feira. O líder da bancada do DEM, Mendes Ribeiro, afirmou que "foi feito muito pouco" pelo governo municipal. "O abre e fecha é ruim para todo mundo. É terrível", ressaltou, em relação ao último decreto. O vereador Felipe Camozatto (Novo) também sinalizou a preocupação com a economia da cidade. 

Representando a bancada do Progressistas, Cassiá Carpes se disse "surpreendido" com o fato de o prefeito trazer, neste momento, um pacote de projetos para discussão em meio a uma pandemia. Também criticou o "fecha e abre" dos decretos. "Parece que (a prefeitura) não se preparou na questão de projetar (a demanda) do futuro", apontou. 

Do PT e do PSol também vieram críticas ao prefeito. Em nome da bancada do PT, Adeli Sell ressaltou que esse não é o momento de discutir projetos futuros, mas focar na realidade atual. "Todos fomos pegos de surpresa", disse, referindo-se ao assunto da reunião, que foi convocada pelo prefeito.  

Durante as manifestações, os vereadores trouxeram diversos relatos e dúvidas sobre as ações do Executivo. Representando a bancada do MDB, Lourdes Sprenger demonstrou preocupação com o panorama atual na cidade, assim como Claudia Araújo, do PSD.  As medidas previstas no último decreto, como fechamento de mais atividades comerciais, foram criticadas pelos vereadores do PDT, Márcio Bins Ely, e do Solidariedade, Claudio Janta.  

Marchezan defende medidas

O prefeito reiterou que os critérios que vêm sendo adotados pela prefeitura são baseados em estudos técnicos e no ritmo de aumento da ocupação de leitos de UTI. “Quanto mais rápido funcionar o isolamento, mais rápido as flexibilizações voltarão a acontecer em Porto Alegre”, disse o prefeito, explicando que a velocidade na ocupação de leitos de UTI fizeram com que fossem adotadas às novas medidas.

Marchezan lembrou que desde o início da gestão estão sendo entregues novos leitos, invertendo a lógica de anos anteriores, onde eram fechados leitos. “Iniciamos as medidas de distanciamento social em 16 de março, e esse tempo foi muito importante para organizar e estruturar a gestão hospitalar de forma integrada”, ressaltou.

Ao responder aos questionamentos, Marchezan ressaltou que todos os secretários municipais estão e estarão disponíveis e que, semanalmente, representantes do governo participam de sessões, comissões ou de audiências públicas na Câmara Municipal.  Enfatizou ainda a necessidade que as discussões devem ser responsáveis, com dados e com informações concretas. 

Projetos para a cidade 

Entre os projetos que serão protocolados e estão tramitando no Legislativo, o prefeito destacou o que retira o monopólio da Procempa; altera a Lei do Solo Criado; suspensão do recolhimento da contribuição previdenciária da parte patrimonial do Município; extinção da licença aguarda aposentadoria; taxa dos aplicativos; retira 3% da Câmara de Compensação Tarifária; tarifa de congestionamento para zona central; operação de crédito – para aquisição de ônibus para a Carris; prorroga a isenção das tarifas de água e esgoto; cria o Programa Criança em Família; Habitação de interesse social; Logística reversa embalagens, pneus, lâmpadas e baterias, entre outros.

O presidente da Câmara de Vereadores, Reginaldo Pujol, ressaltou que "todos os projetos que estão na Casa e outros que a ela chegarem serão apreciados, emendados, aprovados ou rejeitados. Sempre haverá ação e nunca omissão.”


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