Após Previdência, pacote anticrime deverá ter trâmite mais célere, diz Moro

Após Previdência, pacote anticrime deverá ter trâmite mais célere, diz Moro

Ministro disse que não vê na pauta econômica temas incompatíveis com as propostas para a Segurança

AE

O ministro disse ainda que não vê na pauta econômica temas incompatíveis com o pacote anticrime

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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, disse hoje acreditar que após a aprovação da reforma da Previdência sua expectativa é de que o pacote anticrime ande de forma mais célere. Sobre o fato de ter aceitado o cargo de ministro da Justiça, Moro afirmou que há alguns "dissabores" em estar em um cargo e que seu desejo era de que "algumas coisas acontecessem de forma mais rápida".

O ministro disse ainda que não vê na pauta econômica temas incompatíveis com o pacote anticrime. "Estamos caminhando na mesma direção", disse em evento da XP Investimentos na capital paulista. O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado, nesta quinta-feira, na comissão especial da Câmara de Deputados.

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Presidência

Sergio Moro deixou em aberto a possibilidade de se candidatar a presidente da República, após ser questionado sobre o tema no evento. Ele evitou cravar uma resposta, mas enfatizou o trabalho feito na Operação Lava Jato, afirmando que os brasileiros, em geral, veem o resultado como positivo. "Percebem que queremos fazer a coisa certa dentro do governo, que queremos avançar", disse.

Em resposta a uma primeira pergunta, feita pela jornalista Natuza Nery, sobre a possibilidade de ser candidato a presidente, Moro ressaltou que atualmente faz parte do governo Jair Bolsonaro e que o candidato do governo para 2022 é Bolsonaro. "Acho absolutamente prematuro falar nesse assunto, mas como já houve referência nesse sentido do próprio presidente, o candidato do governo será o presidente", disse.

A jornalista, contudo, rebateu que não se referiu em nenhum momento a 2022 na sua pergunta. Moro, então, começou a sua reposta contando que o trabalho como juiz na Operação Lava Jato foi muito difícil, mas representou um "engrandecimento institucional" para o Brasil. "Há riscos de retrocesso, há trabalhos a serem realizados, mas, no fundo, nós avançamos, como país", disse.

Moro afirmou em seguida que a Lava Jato ficou conhecida internacionalmente e que muitos questionam, em outros países, como foi possível fazê-la. "É uma grande satisfação, mas foi trabalho muito difícil, até porque tem esses efeitos colaterais, com incremento progressivo da lista de inimigos", disse.

O ministro, após essa introdução sobre a Lava Jato, passou a falar da possibilidade de ser candidato. "Eu não sei, eu estou focado na questão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e dificilmente eu consigo chegar com fôlego para esse tipo de situação, não é minha pretensão, nunca pensei nisso. Meu foco é realizar um bom trabalho nesses quatro anos e depois a minha intenção mesmo é sumir por uns 20 anos e retornar num filme, num episódio oitavo, algo assim, ou nono", disse.

A jornalista, em seguida, insistiu, perguntando se o ministro havia, então, deixado "no ar" a possibilidade de candidatura. Moro, então, voltou a falar do trabalho da Lava Jato. "Em geral, as pessoas veem os fatos e fazem suas avaliações. Temos de apostar que as pessoas sabem discernir o que é certo e o que é errado", começou. "Embora existam cegueiras ideológicas que às vezes turvam o nosso juízo, a grande maioria dos brasileiros, se não a totalidade, avalia o trabalho da Lava Jato positivamente, e percebem que queremos fazer a coisa certa dentro do governo, que queremos avançar", disse.


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