Apoiadores de Bolsonaro reviram lixo do Alvorada para atacar jornalistas

Apoiadores de Bolsonaro reviram lixo do Alvorada para atacar jornalistas

Vestidos com camisetas com os dizeres "direita raiz", dois homens procuraram notas fiscais com os nomes dos profissionais e gravaram um vídeo

AE

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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro reviraram o lixo em frente à sala em que ficam jornalistas no Palácio da Alvorada neste domingo. O ato tinha como objetivo expor repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que permanecem diariamente na residência oficial da Presidência da República, local onde Bolsonaro costuma cumprimentar apoiadores e conceder entrevistas coletivas.

Dois homens mexeram nas lixeiras para encontrar as notas fiscais das refeições pedidas pelos jornalistas por meio de serviços de entrega durante o fim de semana. Vestidos com camisetas com os dizeres "direita raiz", eles procuraram os nomes dos profissionais e gravaram um vídeo para atacar a imprensa, comparando o trabalho dos jornalistas com o lixo produzido pelos repórteres.

A equipe de segurança do Palácio da Alvorada consultou os jornalistas para saber o que havia ocorrido. Em seguida, abordou os homens e pediu a eles que apagassem o vídeo. Depois disso, eles deixaram a residência oficial.

Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou que deve se manifestar por nota oficial, mas a resposta não foi enviada até a publicação da reportagem. 

Bolsonaro já incentivou apoiadores a intimidarem os profissionais da imprensa no local. Na terça-feira,  o presidente mandou os jornalistas calarem a boca ao negar interferência política na Polícia Federal (PF). Nesse sábado, Bolsonaro chamou os jornalistas de "idiotas" pelas redes sociais quando disse que o churrasco que ele mesmo convocou por dois dias seguidos era "fake".

No último domingo, profissionais do Estadão foram agredidos com chutes, murros e empurrões por apoiadores de Bolsonaro durante manifestação na Esplanada dos Ministérios. O presidente disse que não viu as agressões e responsabilizou "possíveis infiltrados" pelos ataques.


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