Arquivamento da representação contra Aécio "debocha da sociedade", afirma OAB
Presidente Cláudio Lamachia relatou que decisão "lança dúvidas e especulações"
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João Alberto lembrou, ao formalizar o arquivamento, que integrantes do Conselho de Ética podem recorrer da decisão, em até dois dias, desde que conte com o apoio de cinco parlamentares. “Dentro do contexto atual, é imprescindível que o processo tenha curso no Conselho de Ética e que o senador Aécio possa prestar os esclarecimentos necessários, exercendo seu direito de defesa”, defende o presidente da OAB.
Para Lamachia, a decisão de João Alberto “frustra as expectativas de que o Congresso se paute pelos valores da transparência e da legalidade”. Além disso, adverte que o arquivamento também “lança dúvidas e especulações” sobre acordos que possam estar sendo feitos “nas sombras”.
A representação, que pede abertura de processo por quebra de decoro contra Aécio, investigado no âmbito da Operação Lava Jato, havia sido apresentada em maio pela Rede e pelo PSol e recebida na segunda-feira passada. Aécio é citado na delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS. Os partidos oposicionistas dizem que houve quebra de decoro parlamentar pelo senador.
Segundo o depoimento do empresário, Aécio pediu supostos R$ 2 milhões em propina para pagar despesas com a defesa dele no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. A denúncia motivou o afastamento do senador pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A análise da representação no Conselho de Ética ocorre na mesma semana que o STF adiou o julgamento do pedido de prisão preventiva do tucano. O primeiro pedido de prisão enviado pela Procuradoria-Geral de República (PGR) foi negado pelo relator do caso, ministro Edson Fachin, que decidiu somente afastar Aécio das atividades de senador. Ainda não há data para a retomada do julgamento.