Associação dos Magistrados nega ter discutido crise com Bolsonaro
Chefe do Executivo se encontrou, nesta segunda-feira, com Renata Gil, presidente da entidade, e falou sobre crise humanitária
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A presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Renata Gil, negou ter discutido sobre a mais recente crise entre os poderes Judiciário e Executivo durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL) realizada na tarde desta segunda-feira. "Não, não comentou nada. Na verdade eu vim agradecer porque foi através de iniciativa do presidente que a gente montou, com a Casa Civil, o plano, com a emissão dos vistos provisórios às juízas afegãs", disse Gil após o encontro.
De acordo com a presidente da AMB, a reunião teve duas pautas — a ação humanitária que acolheu juízas afegãs e a campanha Sinal Vermelho, que incentiva mulheres vítimas de violência a pedir ajuda com um "X" vermelho na palma da mão.
"Passei todo o resumo do trabalho que a associação tem feito no combate à violência contra a mulher e, agora, o encerramento da parceria que a gente tinha com o Ministério da Defesa para o alojamento das juízas. Então vim entregar a parte final do plano, que está toda desenhada", completou Gil, que acrescentou que Bolsonaro continua manifestando apoio à imigração.
Numa escalada da crise entre os poderes, uma manifestação foi realizada no último domingo em diversas cidades do país. No ato de Brasília, por exemplo, manifestantes defendiam a intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal.
Nesta semana, Bolsonaro afirmou que o STF cometeu excesso na condenação do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), seu aliado político. O parlamentar recebeu graça presidencial um dia após a corte condená-lo a 8 anos e 9 meses de prisão em regime inicial fechado por coação no curso do processo e ameaça ao Estado democrático de direito.
O encontro do chefe do Executivo com a presidente da associação teve duração de 30 minutos, segundo a agenda oficial. Antes, Bolsonaro se encontrou com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da República, Pedro Souza.