Ato contra o governo em Porto Alegre é marcado por baixa adesão

Ato contra o governo em Porto Alegre é marcado por baixa adesão

Convocada nas redes sociais por apoiadores de Bolsonaro, “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder” reuniu apenas 10 pessoas no Parcão

Taís Teixeira

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Apesar do chamado através de redes sociais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de policiais militares era maior que o de manifestantes no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, em Porto Alegre, nesta quarta-feira. Marcada para às 18h, a chamada “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder”, como foi divulgado o ato antidemocrático, não tinha participantes no horário marcado em Brasília, ao longo da Esplanada. Na capital gaúcha, eram menos de dez até o começo da noite. Alguns chegavam e, ao ver o efetivo, deixavam o local minutos depois.

A Brigada Militar (BM) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) permaneceram no local. “Nós estamos preparados para manifestação com um pouco mais de cuidado devido aos acontecimentos e determinações vigentes”, garantiu o Tenente-coronel Fábio Schmitt, comandante 9º Batalhão de Polícia Militar, referindo-se às invasões dos prédios do Três Poderes, em Brasília, no domingo, e a decorrente decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, impedindo bloqueios de vias públicas e invasões de prédios públicos em todo o país. Schmitt afirmou que o aparato policial chegou ao local às 17h, mas não havia presença de manifestantes. 

Além do típico fim de dia com pessoas se exercitando,  o que destoava do ambiente era a forte presença da Brigada Militar, com um efetivo diversificado, reunindo a cavalaria, policiamento ostensivo, forças táticas, Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), além de agentes da  Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC).  A presença de jornalistas de diferentes veículos que foram escalados para cobrir o ato chamou a atenção, já que o número de profissionais de imprensa era maior que o de manifestantes. 

A aposentada Helen, 68 anos, foi para participar do ato. Ao se deparar com a total ausência de apoiadores, foi embora. “É muito triste”, disse. Outros fizeram o mesmo, chegaram para o ato, constataram a ausência de manifestantes e deram a volta. Era possível ver pequenos grupos, muito poucos, mas que também logo se retiraram. Muitos reclamam enquanto se afastavam do alto número de brigadianos presentes no local.

Do outro lado da ponte do Parcão, a Polícia Militar atendia uma situação que envolvia um fotógrafo freelancer e bolsonaristas. Segundo o oficial da Brigada Militar que atendia a ocorrência, cada parte acusava a outra de ter iniciado o conflito. O caso será apurado. Um pequeno grupo estava no local e disparou xingamentos aos jornalistas quando foram perguntar qual era a versão deles do fato. 


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