Bancada negra registra ocorrência contra homem vestido com traje semelhante ao da Ku Klux Klan

Bancada negra registra ocorrência contra homem vestido com traje semelhante ao da Ku Klux Klan

Caso ocorreu durante manifestação na última quarta-feira em Porto Alegre e será investigado por MP e Polícia Civil

Correio do Povo

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Os vereadores da bancada negra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre – Bruna Rodrigues (PCdoB), Daiana Santos (PCdoB), Karen Santos (PSol), Reginete Bispo (PT) e Matheus Gomes (PSol) – registraram um boletim de ocorrência, nesta sexta-feira, na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, contra os organizadores da manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, na última quarta-feira. Nela, um homem, conhecido como “Carrasco” apareceu vestido com trajes semelhantes aos do movimento supremacista Ku Klux Klan.

De acordo com os parlamentares, o ato contou com “requintes de supremacia racial e incitamento ao ódio” e, na avaliação deles, é preciso responsabilizar os organizadores. Em nota, a bancada também defende a identificação dos “indivíduos envolvidos na encenação racista que ocorreu composta por um boneco totalmente vestido de preto sendo enforcado, fazendo referência aos assassinatos cometidos contra pessoas negras nos EUA pela organização terrorista KKK”.

“Não podemos dissociar este evento de como a extrema-direita tem se colocado no país e no mundo hoje. Estão na contramão de construções democráticas, pautadas na diversidade e na valorização do povo e da cultura negra. É dever antirracista levar este e outros casos à justiça”, reiterou a vereadora Bruna Rodrigues. “Os próximos passos são de acompanhamento da ação e a luta pela garantia de que todos os envolvidos sejam responsabilizados pelos seus atos. Há a possibilidade de encaminhamento do caso ao Ministério Público, mas ainda estamos estudando formas de fazê-lo. Destaco que a Frente Parlamentar Antirracista, proposta pela bancada do PCdoB e aprovada na Câmara, tem o compromisso de desenvolver não só o debate antirracista, mas políticas públicas para assegurar assistência à população negra de Porto Alegre, em casos como este e outros”, acrescentou. 

Promotoria irá apurar caso

A imagem referida – da encenação com o homem vestido de Ku Klux Klan – surgiu nas redes sociais, no dia do ato. Apesar dos policiais da Brigada Militar (BM) estarem acompanhando a manifestação na última quarta-feira, o tenente-coronel Severo, da Cmt do 9º BPM, afirmou que nenhum policial presenciou o momento de possível referência ao movimento supremacista que ocorreu no ato. A BM fez o primeiro levantamento de imagens do ato e repassou as informações aferidas à Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, que investiga o caso.

Já o Ministério Público encaminhou o caso, na tarde desta sexta-feira, à Promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre. O órgão acredita que nos próximos dias o caso deve ser atribuído a algum dos promotores. A expectativa é que isso possa ocorrer ainda neste fim de semana. Dependendo da análise, a Promotoria instaurar um procedimento investigatório, entrega a investigação à Polícia Civil ou arquivar o caso.


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