Bebianno pode deixar governo até segunda

Bebianno pode deixar governo até segunda

Nos últimos dias, ministro protagoniza desentendimento com filho do presidente da República

Correio do Povo

Após crise, Bebianno pode tornar-se a primeira baixa do governo Bolsonaro

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Depois de dois dias na “geladeira”, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi recebido nesta sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, mas sua permanência no cargo ainda é incerta. Interlocutores do governo não descartam que Bebianno seja demitido do cargo até segunda-feira. A reunião foi descrita como tensa. Pessoas próximas ao ministro dizem que, caso a demissão se confirme, ele sairá “atirando”. Bebianno era presidente do PSL na época da campanha de Jair Bolsonaro, coordenou a candidatura dele e conviveu intimamente com a família do seu atual chefe do Executivo por meses. Ao desabafar com integrantes do governo, Bebianno disse que “não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado. É preciso ter o mínimo de consideração com quem esteve ao lado dele o tempo todo.”

Antes da reunião com Bolsonaro, Bebianno foi comunicado pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Alberto Santos Cruz (Secretaria de Governo) que permaneceria no cargo. Não houve, no entanto, qualquer manifestação oficial sobre o assunto. No encontro estavam alguns dos principais defensores de Bebianno nos últimos dias: o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, Onyx e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.

Integrantes do governo e do Legislativo argumentavam que a saída de Bebianno neste momento poderia atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, prioridade de Bolsonaro no momento. Colegas de partido de Bebianno também defendem a permanência dele no cargo com o argumento de que ele é fiel ao presidente e bom interlocutor.

Outro motivo que reuniu militares e civis em defesa de Bebianno é o receio de que um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, ganhasse mais poder e influência dentro do governo. Após reuniões com ministros e auxiliares, o presidente concordou com a necessidade de afastar seu filho de questões do governo. Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro, retornou ao seu estado de origem. 


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