Bolsonaro alega que pedido de impeachment de Moraes "não é revanche"

Bolsonaro alega que pedido de impeachment de Moraes "não é revanche"

Presidente afirmou, na noite desta sexta-feira, que fará pedido de afastamento de Barroso "nos próximos dias"

AE

Presidente afirmou, na noite desta sexta-feira, que fará pedido de afastamento de Barroso "nos próximos dias"

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O presidente Jair Bolsonaro argumentou, no início da tarde deste sábado, que o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apresentado por ele, ontem, ao Senado não é uma "revanche". Ainda assim, Bolsonaro reclamou de estar sendo investigado pelo Supremo no chamou de "inquérito do fim do mundo".

"Eu fiz tudo dentro das quatro linhas da Constituição. Engraçado, quando eu entro com uma ação no Senado fundada na Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa, com um inquérito do fim do mundo, me bota lá, ninguém fala nada. Não é revanche, cada um tem que saber o seu lugar. Só podemos viver em paz e harmonia se cada um respeitar o próximo e saber que existe um limite, que é a nossa Constituição", afirmou Bolsonaro, em Eldorado (SP), onde visita a mãe. "Todos os incisos do artigo 5º da Constituição, cumpri todos. Não tem nenhum ato meu fora dessas quatro linhas", completou.

O pedido de impeachment do ministro do STF foi protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é assinado apenas por Bolsonaro. O pedido em si soma 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, pois inclui cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Moraes. O documento conta com a firma reconhecida de Bolsonaro, depositada em um cartório da Asa Norte de Brasília.

Bolsonaro fala em 2º pedido de impeachment de ministro "em poucos dias"

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que irá apresentar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso "nos próximos dias". Na última semana, Bolsonaro havia prometido apresentar pedidos ao Senado de afastamento tanto de Barroso, quanto do ministro Alexandre de Moraes, também da Suprema Corte.

"Priorizamos esse pedido do senhor Alexandre de Moraes e nos próximos dias ultimaremos o segundo pedido", disse Bolsonaro em entrevista nesta sexta, durante visita a Eldorado (SP), cidade onde reside sua mãe.

Com as críticas, Bolsonaro voltou a falar da possibilidade velada de uma ruptura institucional. "Não podemos, ao ser (sic) atacados e tendo o poder de usar uma caneta para contra-atacar, usá-la. Temos que ter tranquilidade, caso contrário o Brasil pode mergulhar em uma situação que ninguém quer. Já disse que sei das consequências internas e externas de uma ruptura. Não quero isso. Não provoco e não desejo", afirmou o presidente na noite de ontem.

Ainda em Eldorado, Bolsonaro também fez ataques à CPI da Covid no Senado. Segundo o presidente, se o relatório da comissão chegar até ele, ele coloca "numa latrina e dá descarga". "Não acharam nada contra a minha pessoa", disse. "Não posso ser acusado de corrupção", completou.


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