Bolsonaro chama urna eletrônica de "penetrável" e diz que não é "técnico em informática"

Bolsonaro chama urna eletrônica de "penetrável" e diz que não é "técnico em informática"

Presidente voltou a questionar segurança do sistema de votação, mas diz esperar debate entre especialistas

R7

Bolsonaro voltou a criticar urnas eletrônicas

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar as urnas eletrônicas e afirmou que elas são "penetráveis". Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (14), ele reproduziu falas que já havia feito sobre o sistema eletrônico de votação, mas sem apresentar provas. O assunto surgiu quando Bolsonaro comentou as eleições da França.

"Quando o exército apresenta sugestões para aperfeiçoar o sistema, e pelo que sei não tem o voto impresso, o pessoal carimba 'confidencial'. Dizem que não se pode mostrar tudo o que está ali porque algum hacker pode entrar. Então a urna não é inviolável, né? A urna é penetrável, sim."

Em seguida, ele disse que não ia discutir o tema e ressaltou não ter conhecimento técnico. "As Forças Armadas estão tratando desse assunto. Foi marcada uma reunião entre a equipe técnica dos militares e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Foi desmarcado por parte do TSE e marcada uma nova. Espero que ela aconteça. Espero um debate entre técnicos, porque estou por fora do que se está discutindo. Não sou técnico em informática".

Outro tema abordado na live foi a compra de 35.320 unidades de citrato de sildenafila, conhecido como Viagra, pelas Forças Armadas. Segundo Bolsonaro, esse é um medicamento usado para hipertensão arterial. O presidente ainda confirmou uma manobra para baratear preços da licitação de próteses penianas.

Bolsonaro afirmou que essas denúncias não representam crimes. "Nossas Forças Armadas têm uma história de luta, garantia da nossa liberdade", ressaltou. O deputado Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) pediram ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao Ministério Público Federal que investiguem por que o Exército Brasileiro gastou cerca de R$ 3,5 milhões na compra de próteses penianas infláveis de silicone em 2021.

De acordo com os parlamentares, o Ministério da Defesa aprovou três pregões para a aquisição de 60 próteses com comprimento entre 10 e 25 centímetros. O valor unitário dos produtos varia de R$ 50 mil a R$ 60 mil. O Exército nega a compra de 60 itens e diz que adquiriu três próteses no período.

Mídia e censura

O mandatário também criticou novamente o projeto de lei das fake news. A Câmara dos Deputados não aprovou na última semana a urgência para a tramitação da proposta, que trata do combate às notícias falsas, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que Congresso volte a discutir o texto.

Para Bolsonaro, o Brasil "jamais pode ter um projeto de lei para regulamentar mídia". "Conseguimos não aprovar a urgência para o projeto. Vai ser um desastre para informação. [...] Quem quer aprovar o projeto? São três ministros do STF que são os mesmos que estão no TSE e têm interesse em censurar as mídias sociais. Não é crítica, é constatação. Não deviam se meter nisso. Juiz não é para fazer lei."

O presidente ainda disse que uma das deputadas que votou a favor da urgência foi Tereza Cristina, mas que eles conversaram e ela informou ter se equivocado na votação.


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