Bolsonaro denuncia "mentalidade colonialista" de Macron

Bolsonaro denuncia "mentalidade colonialista" de Macron

Segundo o presidente, tom sensacionalista não traz solução ao problema

AFP

Segundo o presidente, tom sensacionalista não traz solução ao problema

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Jair Bolsonaro acusou nesta quinta-feira o presidente francês, Emmanuel Macron, de atuar com "mentalidade colonialista" sobre a questão da Amazônia, após convocar os membros do G7 para discutir sobre a "crise" gerada pelos incêndios na região. "Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia não contribui em nada para a solução do problema", disse Bolsonaro, acrescentando que o líder francês utilizou, inclusive, "fotos falsas". "O governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI".

Macron disse nesta quinta-feira que os incêndios que atingem a Amazônia são uma "crise internacional" e convocou os membros do G7 a discutir "esta emergência" na cúpula de Biarritz, prevista para este final de semana. "Nossa casa está em chamas. Literalmente. A Amazônia, pulmão de nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está pegando fogo. Essa é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir esta emergência nos dois primeiros dias" da cúpula, tuitou o presidente. Mas Macron acompanhou seu tuíte com uma foto tirada da Amazônia há 16 anos pelo fotógrafo americano Loren McIntyre. 

O líder francês se uniu com seu tuíte ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que se mostrou "profundamente preocupado" com os incêndios na Amazônia, após o presidente Jair Bolsonaro denunciar uma "psicose ambiental"

Comissão

Também por meio do Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a criação de uma comissão externa para acompanhar os casos de queimadas que atingem a Amazônia desde o final de julho. De acordo com Maia, também será realizada uma comissão geral para avaliar a situação e propor soluções.

Ministro do Meio Ambiente

Em reação a omissão do Ministério do Meio Ambiente em relação as queimadas da Amazônia, o partido Rede Sustentabilidade protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, um pedido de impeachment contra o ministro Rodrigo Salles. A REDE acusa Salles por crime de responsabilidade. Além disso, a sigla defende que houve violação da Constituição Federal. Isso teria se dado principalmente com a alteração da governança do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

"A lei 1079 de 1950 estabelece os crimes de responsabilidade, mais precisamente no artigo nono, quando diz ‘descumprir o dever funcional’ relativo às políticas direcionadas à proteção do meio ambiente, porque o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é uma garantia constitucional. Esse é um direito humano essencial", afirmou o senador do Espírito Santo Fabiano Contarato, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado. 

 


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