Bolsonaro diz que aguarda aprovação de pacote anticrime de Moro pelo Congresso

Bolsonaro diz que aguarda aprovação de pacote anticrime de Moro pelo Congresso

Afirmação chega após desencontros em declarações de ambos

AE

Projetos de lei encaminhados pelo ex-juiz da Lava Jato tem objetivo de combater à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta

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Após desencontros em declarações de ambos, o presidente Jair Bolsonaro fez um afago ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, neste sábado, ao defender no Twitter a aprovação, no Congresso Nacional, dos projetos de lei encaminhados pelo ex-juiz da Lava Jato para combate à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta.

"O @JusticaGovBR (nome da conta do Ministério da Justiça), @SF_Moro (nome da conta pessoal de Sergio Moro) inaugurou o Centro Integrado de Inteligência Nacional. O objetivo é ampliar a troca de informações entre forças policiais, reforçando o combate ao crime organizado e tráfico de armas e drogas. Aguardamos apreciação do Pacote anticrimes pelo Congresso", escreveu o presidente.

Os projetos anticrime são a principal bandeira de Moro desde que decidiu aceitar o convite do presidente para assumir o ministério. Ele conta com o apoio do presidente para aprovação na Câmara e no Senado, embora a grande prioridade do governo seja a reforma da Previdência.

O descompasso entre o presidente e o ministro veio em declarações nas últimas duas semanas. Há nove dias, Bolsonaro disse não se opor à saída do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e transferência para o Ministério da Economia, como parte das negociações com o Congresso para aprovação da Medida Provisória que reorganizou os ministérios.

"Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa. Falei hoje com o Fernando Bezerra (relator da MP) sobre o assunto. Tem um ponto ou outro. Se não aprovar será uma bagunça. Teremos que ter mais sete ministros", disse Bolsonaro.

O ministro reagiu prontamente, afirmando que isso seria prejudicial para o órgão, que está sendo reforçado sob sua supervisão. "Estamos conversando com os parlamentares para manter o Coaf no Ministério da Justiça e Segurança Pública e esperamos convencê-los. Isso favorece a integração e utilização da inteligência do Coaf no enfrentamento da criminalidade mais grave pelo MJSP, inclusive de organizações criminosas", disse Moro ao jornal O Estado de S. Paulo naquele mesmo dia.

Na última segunda-feira, Bolsonaro afirmou que enviaria ao Congresso um projeto para isentar pena de produtor rural que atirar em invasão de terras. "A propriedade privada é sagrada e ponto final", comentou o presidente em um dos maiores eventos do agronegócio do país.

Moro, em seguida, ao ser questionado sobre o tema relacionado à área do ministério que chefia, disse que ainda era "prematuro discutir essas questões sem que nós tenhamos ela ainda como uma política pública absolutamente delimitada".


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