Bolsonaro diz que cloroquina teria salvado vidas perdidas na pandemia

Bolsonaro diz que cloroquina teria salvado vidas perdidas na pandemia

Presidente participou do evento em Brasília Brasil Vencendo a Covid-19 ao lado de profissionais de saúde que receitam o medicamento 

R7

Bolsonaro diz que cloroquina salvou ministros

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O presidente Jair Bolsonaro disse que os médicos que estão receitando a hidroxicloroquina estão salvando vidas pelo Brasil. Ele participou do evento Brasil Vencendo a Covid-19, em Brasília, nesta segunda-feira. "Se ela (cloroquina) não tivesse sido politizada, muito mais vidas poderiam ter sido salvas dessas 115 mil que o país perdeu até o momento." 

Bolsonaro afirmou que, logo no início da pandemia, decidiu "estudar" a hidroxicloroquina. "Vi que nos Estados Unidos o FDA aprovou a continuidade dos estudos. Na França, um médico era o cara da cloroquina. Me aprofundei também no que acontecia em outros países do mundo", explicou.

O presidente diz ter pedido para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta indicar o medicamento não só para casos graves, como estava no protocolo divulgado pela pasta, mas o titular se recusou, segundo Bolsonaro, alegando não haver comprovação científica sobre a eficácia do tratamento.

"Alguns mudam de médico, eu mudei de ministro. Entrou o (Nelson) Teich e ficou 30 dias, depois, para não ter mais uma mudança, deixei um interino, o Eduardo Pazuello. Os secretários não têm reclamado dele", comentou Bolsonaro. "O Pazuello resolveu mudar a orientação e botou ali 'em qualquer situação, receitar-se a cloroquina', de modo que o médico pudesse ter a sua liberdade", acrescentou. 

O presidente diz que foi percebendo "que quem tomava a hidroxicloroquina desde o início tinha mais chance" de sobreviver. Ele citou seu exemplo pessoal e o de "mais de dez ministros que se trataram com a medicação". "Nenhum foi hospitalizado. Então, está dando certo."

"Mandetta dizia que não tinha comprovação científica e eu falava: 'Ora bolas, eu sei que não tem'. Como sempre citei a Guerra no Pacífico, onde o soldado chegava ferido e não tinha mais sangue para receber e os médicos deram para ele água de coco. E deu certo. Aqui a cloroquina é a mesma coisa, mas vi a pressão política em cima de médicos pelo Brasil."

No evento, Bolsonaro se emocionou ao falar da facada que levou em setembro de 2018. "Eu falava para os policiais federais: 'Foi nada, não, só levei uma bolada de futebol de salão no estômago'. Era um corte que não tinha sangue", disse. "Alguns até disseram que seria uma facada fake porque não sangrava. Mas nessa região não sangra", argumentou. "Por um milagre acabei sendo salvo", completou. 

O presidente também voltou a criticar os jornalistas, dizendo que muitos só sabem usar a caneta para fazer maldades. Ao mencionar um episódio em sua carreira militar no qual teria salvado um rapaz de afogamento, Bolsonaro lembrou que era atleta e que essa informação foi usada com deboche pelos jornalistas. "Mas quando pega (a Covid-19) num bundão como vocês, a chance de sobreviver é bem menor do que a minha", declarou.

Médicos 

Alguns profissionais de saúde antecederam Bolsonaro no microfone. A médica anestesiologista Luciana Cruz disse que um grupo de médicos de sua região, Natal, capital do Rio Grande do Norte, mostrou nos primeiros meses da pandemia que "centenas de pacientes tiveram resultados muito bons" com a hidroxicloroquina. "Mais de 320 pessoas foram tratadas com essa solução e houve apenas dois óbitos. Foi inacreditável, foi uma emoção muito grande", disse.

Em posse desses dados, diz Luciana, os profissionais de Natal começaram a procurar médicos de outros Estados para contar os resultados, alastrando assim a prescrição da droga. Ela contou também que não houve nenhum registro de arritmia cardíaca com um plano de saúde que distribuiu 55 mil tratamentos no Pará. 

Luciana pediu para a população e os médicos não terem medo de pedir ou prescrever a medicação. "E aos governantes eu peço que, por favor, nos deixem trabalhar. Os pacientes têm reclamado que não conseguem o remédio em suas cidades. Precisamos de toda a população unida, dos médicos prescrevendo e os governantes disponibilizando a medicação." 

Doutora Raíssa Oliveira Soares, clínica médica, disse que foi demitida por prescrever o remédio. "A hidroxicloroquina tinha sido recolhida e nós ousamos cuidar de vidas. Me perguntavam, lá em Porto Seguro (BA), porque eu continuava prescrevendo e eu dizia que meu propósito seguia: quero salvar as pessoas." 

"Nós temos a chance de aplicar algo que está embasado em ciência, por pessoas que se dedicaram a estudar. Nossa linda e velha hidroxicloroquina que, posso dizer dez vezes, sem nenhum receio, consegue reduzir os danos da Covid-19. Povo brasileiro, não tenha medo dessa medicação." 

"Nós não estamos vendendo um sonho. Estamos neste momento clamando à população para se unir, nós temos evidências. Não estamos aqui em festa, isso aqui é um manifesto voluntário, independente, de profissionais que pediram para estar aqui", afirmou Raíssa. 


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