Bolsonaro: Mendonça votará "do nosso lado" no marco temporal

Bolsonaro: Mendonça votará "do nosso lado" no marco temporal

Presidente afirmou que já sabe o posicionamento do ministro no processo que julga a demarcação das terras indígenas

R7

Escolhido foi Ministro da Justiça e AGU com Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o futuro ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça, votará "para o nosso lado" em relação ao marco temporal das terras indígenas. O caso, em análise na Corte, foi suspenso após pedido de vista do magistrado Alexandre de Moraes.

"O André vai fazer seu trabalho. Por exemplo, em pautas conservadoras, nem preciso falar com ele. Em pautas econômicas: tenho certeza qual é a posição dele em relação ao marco temporal, porque como AGU (Advogado-Geral da União) e (ministro) da Justiça trabalhou comigo contra essa questão que está no STF", disse. "Está 1 a 1, em votação ainda, e já sabemos que vai ser um voto para o nosso lado. Não é tráfico de influência, é que já sabemos dado o comportamento dele", acrescentou.

As declarações foram dadas pelo chefe do Executivo em entrevista a um portal. Bolsonaro foi questionado ainda pela demora da sabatina de Mendonça na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, presidida pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que trabalhou contra a indicação do futuro ministro. "Não tem nada a ver, no meu entender, com a questão evangélica. É o sistema, o establishment, um grupo de pessoas, 20, 30, que não se comunicam com frequência, mas tem interesse em comum. E uma cadeira no STF interessa ao sistema. E o André Mendonça não se encaixava no sistema", afirmou.

Bolsonaro avalia ainda que o atraso em pautar a sabatina de seu segundo indicado ao STF – o primeiro foi Nunes Marques – "acabou ajudando o André". "No começo não se colocava em pauta porque achava que o nome passaria, mas acho que é o contrário. Quanto mais passou, melhor ficou para a aprovação."

Petrobras

No último final de semana, Bolsonaro disse que a Petrobras iria anunciar a redução dos preços dos combustíveis. A informação, contudo, foi negada pela estatal, que, em nota, divulgou que não há ainda decisão sobre possível reajuste. O episódio levou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), autarquia do Ministério da Economia, a abrir um processo administrativo para apurar se houve antecipação ou vazamento de informações.

Durante a entrevista, o chefe do Executivo foi questionado sobre o tema. "Não foi informação privilegiada. Não precisa ter bola de cristal para falar isso. Não é o PPI (Preço de Paridade de Importação)? O preço com qualidade internacional? Então tem que cumprir", falou.


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