Cármen Lúcia manda PGR investigar ação da Abin para Flavio Bolsonaro

Cármen Lúcia manda PGR investigar ação da Abin para Flavio Bolsonaro

Supostos relatórios da agência de inteligência seriam usados pela defesa do senador, acusado de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro

R7

Em nota, a emissora disse que a decisão judicial é um "cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade"

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A ministra Cármen Lúcia, Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (18) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a suposta produção de relatórios pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para auxiliar a defesa do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), acusado de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro no caso das 'rachadinhas'.

A tese aventada pela defesa de Flavio é afirmar que as informações presentes no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que identificou repasses suspeitos do ex-assessor do senador, Fabricio Queiroz, foram obtidas de forma ilegal. 

Reportagem da revista Época publicada na sexta-feira (11) aponta que a Abin produziu dois documentos em que detalha o funcionamento de suposta organização criminosa na Receita Federal que, segundo a defesa de Flávio, teria feito uma devassa nos dados fiscais do senador. Em um dos documentos, a finalidade descrita é 'Defender FB no caso Alerj'. 

O assunto foi tema de reunião, também revelada pela revista e confirmada pela Abin, entre os advogados de Flávio Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o diretor da Abin, Alexandre Ramagem.

Em resposta enviada ao STF, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, disse que é "narrativa fantasiosa", "sem nenhum lastro de veracidade", a acusação de que a Abin elaborou orientações para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A Abin, por sua vez, disse ao Supremo que não existe "relatório produzido institucionalmente" pela agência a favor de Flávio Bolsonaro e pediu para ter acesso aos documentos mencionados nas reportagens. 

"O que existiu, e tanto a nota emitida pelo GSI quanto o Tweet do Gen. Heleno confirma, é apenas a realização de uma reunião, marcada para verificar ocorrência de eventual violação de segurança institucional, entre o Gabinete de Segurança Institucional, com participação do Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência, com a defesa de um Senador da República e filho do Presidente da República", afirma a Abin.


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