Cármen Lúcia vê gravidade em acusação contra Bolsonaro e envia à PGR

Cármen Lúcia vê gravidade em acusação contra Bolsonaro e envia à PGR

Notícia-crime apresentada por deputado afirma que o presidente teria interferido em ação da PF

R7

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que vê com "gravidade" as acusações contra o presidente Jair Bolsonaro por supostamente vazar informações sobre a operação Acesso Pago da Polícia Federal para o ex-ministro Milton Ribeiro. A magistrada encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime contra o chefe do Executivo.

Milton Ribeiro é acusado de chefiar um esquema de tráfico de influência. De acordo com as investigações, o ex-ministro se encontrava com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos na sede do Ministério da Educação, em Brasília, e recebia dos religiosos orientações para envio de verbas a prefeituras.

Em troca de influenciar no envio dos recursos para prefeituras, os pastores cobravam propina, de acordo com as denúncias. Ribeiro e os religiosos foram alvos da Operação Acesso Pago da PF. No entanto, semanas antes de ser alvo de busca e apreensão, em uma ligação com a filha, Milton Ribeiro afirmou que conversou com o presidente Jair Bolsonaro e o chefe do Executivo estaria "com a impressão" de que poderiam realizar busca e apreensão contra ele. 

"Considerando os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado, manifeste-se a Procuradoria-Geral da República. Na sequência, retornem-me os autos imediatamente conclusos", escreveu a magistrada.

A notícia-crime foi apresentada pelo deputado federal Israel Batista (PSB-DF). Ele afirma que "há elementos que indicariam a possibilidade de vazamento das apurações no caso, com possível interferência ilícita por parte de Jair Bolsonaro". Ele pediu que o caso fosse enviado à procuradoria para "adoção de todas as medidas necessárias à elucidação dos fatos" e eventual responsabilização por crimes na esfera administrativa e penal.


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