Candidatos transexuais alcançam resultado histórico nas eleições municipais

Candidatos transexuais alcançam resultado histórico nas eleições municipais

Pela primeira vez, candidatos foram autorizados a se apresentar com seus nomes sociais

AFP

O Brasil é um dos países com mais assassinatos de transexuais do mundo

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Vários candidatos transexuais obtiveram resultados históricos nas eleições municipais de domingo nas principais cidades do Brasil, onde pela primeira vez foram autorizados a se apresentar com seus nomes sociais.

Em São Paulo, a maior metrópole do país, dois transexuais estão entre os dez candidatos mais votados para a Câmara municipal. Erika Hilton, do PSOL, ficou em sexto lugar com 50.477 votos, tornando-se a primeira transexual negra eleita vereadora da capital econômica do Brasil. "Ganhamos! É uma estreia histórica!", comemorou Hilton no Twitter.

Thammy Miranda, filho da cantora Gretchen, obteve a nona melhor votação (43.297 votos). Eleito vereador pelo Partido Liberal (direita), já veiculou uma campanha publicitária de Dia dos Pais para uma marca de cosméticos.

Em Belo Horizonte, Duda Salabert se tornou a primeira transexual a ser eleita para a Câmara Municipal como a vereadora mais votada, com 37.613 apoiadores. Membro do partido de centro-esquerda PDT, a professora concorreu sem sucesso a uma vaga no Senado em 2018, embora tenha obtido um resultado histórico (351.874 votos).

Aracaju também elegeu pela primeira vez uma vereadora transexual, Linda Brasil, do PSOL. "Para mim isso é histórico, mas também é uma grande responsabilidade, porque represento uma comunidade que sempre foi excluída", disse após sua eleição, segundo o G1.

Tradicionalmente machista e homofóbico, o Brasil é um dos países com mais assassinatos de transexuais do mundo: 124 em 2019. Pela primeira vez, os candidatos trans puderam se apresentar com seus nomes sociais, substituindo os registrados em suas certidões de nascimento.

Outro destaque da eleição de domingo foi a vitória, como vereadora, de Monica Benicio viúva de Marielle Franco, negra e lésbica que ocupava o mesmo cargo quando foi assassinada brutalmente em março de 2018.


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