Carta com propostas de federações empresariais a Leite segue gerando polêmica

Carta com propostas de federações empresariais a Leite segue gerando polêmica

Deputado Heitor Schuch diz que não apoiou documento e solicita retirada de seu nome

Flavia Bemfica

Governador recebeu propostas sobre modelo do Distanciamento Controlado

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A carta das quatro principais federações empresariais do Rio Grande do Sul endossada por parte da bancada federal gaúcha e entregue ao governador Eduardo Leite (PSDB) na semana passada segue gerando embates entre parlamentares federais do Estado. 

O documento, assinado pelos presidentes da Federasul, Farsul, Fiergs e Fecomércio, elenca três propostas para o governador, que a execução da política do modelo de Distanciamento Controlado fique a critério das associações regionais de municípios e o fechamento de empresas seja substituído por testagem em massa. 

E que seja disponibilizado pelo governo estadual o chamado "tratamento precoce", para casos “onde houver decisão do médico e desejo do paciente em utilizá-lo”. Apesar de o documento não detalhar, o “tratamento precoce”, que ganhou a adesão de parte dos prefeitos é o chamado kit-Covid (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina).

Nesta quinta-feira, o deputado federal Heitor Schuch (PSB) informou que não assinou o documento e que não autorizou a inclusão de seu nome entre os parlamentares que o apoiariam. Schuch cobrou do coordenador da bancada gaúcha, o deputado federal Giovani Cherini (PL), a retirada de seu nome, e defendeu que “não é tarefa de parlamentar se meter em atribuições do Executivo.”

Cherini replicou que não foram colocados nomes de deputados que não deram autorização no grupo de WhatsApp da bancada, e que, se a inclusão ocorreu, “foi por conta da Federasul.” Até o final da tarde desta quinta, o documento e a notícia nos quais constam os nomes de 17 dos 31 deputados federais gaúchos como apoiadores das propostas elencadas continuava na capa do site da Federasul. Apenas dois acompanhados das assinaturas: os de Cherini e de Bibo Nunes (PSL). 

Na semana passada, em entrevista ao Correio do Povo, Cherini justificou que, em função das restrições impostas pelo coronavírus, ao invés de assinar, os deputados que concordaram com os termos do documento deram seu aceite pelo grupo de whatsapp da bancada.

Quanto às propostas, o aumento da testagem foi anunciado pelo Executivo, não vinculado a abertura de setores econômicos. E a alteração no Modelo de Distanciamento está em negociação com prefeitos. Mas a implementação do ‘tratamento precoce’ como política estadual foi descartada ainda na semana passada.


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