CCJ adia pela quinta vez votação de parecer para extinguir aposentadoria especial de deputados do RS

CCJ adia pela quinta vez votação de parecer para extinguir aposentadoria especial de deputados do RS

Plano prevê que, com dois mandatos, ex-parlamentar já se aposente com valor acima do teto do INSS

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Votação do parecer foi adiada pela quinta vez na CCJ

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Pela quinta vez consecutiva, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa adiou, nesta terça-feira, a votação do parecer referente ao projeto que visa extinguir a aposentadoria especial dos parlamentares da Casa. Hoje, o vice-presidente do colegiado, deputado Gabriel Souza (MDB), pediu vistas do processo. Anteriormente, já haviam feito o mesmo os deputados Luiz Fernando Mainardi (PT), Elizandro Sabino (PTB), Frederico Antunes (PP) e Luiz Henrique Viana (PSDB).

Criado em 2014, o Plano de Seguridade Social dos Parlamentares possibilita que com dois mandatos o ex-parlamentar se aposente com o valor acima do teto do INSS, que é de R$ 5,6 mil, ao completar 60 anos, chegando até a integralidade do salário de R$ 25,3 mil. Para extinguir a aposentadoria especial, Any Ortiz (PPS) apresentou projeto de lei ao justificar gasto excessivo de recursos públicos e a ilegalidade da matéria. “O parlamentar contribui com 13% do salário para Previdência, mas a Assembleia aporta o dobro de dinheiro público para essa aposentadoria especial”, adverte.

Na CCJ, o deputado Elton Weber (PSB) já deu parecer favorável ao projeto, porém os pedidos sucessivos de vista seguem postergando a discussão do tema no Legislativo. Conforme Regimento da Assembleia, cada bancada pode pedir vista uma vez na CCJ. 

Consultados, o Tenente-Coronel Zucco (PSL) e Juliana Brizola (PDT) afirmaram que não vão solicitar maior tempo de análise da matéria. Já a deputada Fran Somensi (PRB) vai consultar a bancada do partido amanhã para definir a posição tomar.

A proposta de Any Ortiz determina 180 dias para que os valores contribuídos sejam devolvidos aos deputados e aos cofres da Assembleia, após a sanção da lei. Pelo menos dois parlamentares seguem contribuindo para o fundo – Adolfo Brito (PP) e Aloísio Classmann (PTB). Em 2017, o fundo tinha aplicados mais de R$ 18 milhões. 

Com a extinção, os parlamentares terão que transferir os investimentos para planos privados ou para o próprio INSS. Para garantir a autossuficiência do regime, o Parlamento vinha aportando o dobro do valor que cada deputado recolhe. Em caso de morte ou invalidez, o subsídio é estendido para os familiares.


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