Chefe da ONU vê possibilidade de diálogo com grupos jihadistas

Chefe da ONU vê possibilidade de diálogo com grupos jihadistas

Entretanto, Antonio Guterres disse que descarta tentativa de conversa com os "radicais", como o Estado Islâmico

AFP

Entretanto, Antonio Guterres disse que descarta tentativa de conversa com os "radicais", como o Estado Islâmico

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O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, acredita que é possível dialogar com alguns grupos jihadistas no Sahel, mas não com os mais "radicais" como o Estado Islâmico (EI), uma questão em debate no Mali, disse ele em uma entrevista à imprensa francesa. "Haverá grupos com os quais poderemos falar e que terão interesse em participar deste diálogo para tornarem-se atores políticos no futuro", declarou em uma entrevista ao jornal francês Le Monde para a edição de terça-feira.

"Mas ainda há aqueles que têm um radicalismo terrorista tão grande que não será possível fazer nada com eles", acrescentou, citando o exemplo do EI, ausente das negociações de paz no Afeganistão. O comissário da União Africana (UA) para a Paz e a Segurança, Smaïl Chergui, pediu em 14 de outubro para "explorar o diálogo com os extremistas" no Sahel para "silenciar as armas", seguindo o exemplo do acordo alcançado entre Estados Unidos e os talibãs afegãos em 29 de fevereiro. 

O governo do Mali trocou recentemente cerca de 200 prisioneiros por quatro reféns - um líder da oposição maliense, Soumaila Cissé, a francesa Sophie Pétronin e dois italianos-, o que reacendeu as especulações sobre a retomada dos contatos com os jihadistas. "No Afeganistão, existe um grupo terrorista com o qual é impossível dialogar e este é o Estado Islâmico. Sua visão é tão radical que não há perspectivas de discussão", afirmou Guterres.

O chefe das Nações Unidas também destacou que "as disposições de segurança vigentes não são suficientes" no Sahel e pediu "mais solidariedade internacional" para esta região.

 


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