Clima de comoção toma conta de manifestantes na Praça da Matriz

Clima de comoção toma conta de manifestantes na Praça da Matriz

Deputados aprovaram extinção de oito fundações em sessão mais longa da Assembleia Legislativa

Henrique Massaro

Clima de comoção toma conta de manifestantes na Praça da Matriz

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Em contraste com a movimentação na noite dessa terça-feira, apenas algumas dezenas de manifestantes permanecem na Praça da Matriz, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira. Alguns servidores dormem em barracas, outros ouvem pelo rádio os últimos momentos da sessão de votação do pacote de medidas do governo do Estado. O clima parecia ser de calmaria, mas permeado por um sentimento de tristeza, que era intensificado sempre que algum grupo saía da Assembleia Legislativa, que aprovou a extinção de oito fundações estaduais na sessão mais longa da história da Casa. 

Com uma decepção e uma indignação que levavam às lágrimas, servidores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) lamentavam o fim da entidade, extinta via projeto de lei (PL) 240. “A gente não perdeu o nosso salário, perdeu a possibilidade de fazer o nosso trabalho”, explicou a funcionária Loana Cardoso. “É decepcionante, porque eles não sabem nada do nosso trabalho, não entendem nada de pesquisa”, lamentou a servidora Fabiana Mayer ao falar sobre os deputados que votaram a favor do PL. Chorando muito, a também funcionária da instituição extinta, Larissa Ambrosini, disse que parece que a culpa das dívidas do Estado é de quem estuda e trabalha e resumiu: “Sentimento de impotência”.

Outro grupo que saía da Assembleia era o dos servidores da Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas (Corag), cujo fim, proposto no PL 244, ainda não foi votado. Os funcionários passaram a noite e o início da manhã se revezando para acompanhar de perto a votação. Analista de sistemas da entidade, Márcio Carvalho reclamou da falta de prestação de esclarecimentos por parte dos deputados, que não deram explicações convincentes de o porquê votarem a favor das extinções.

A sindicalista da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Patrícia Tremarin, estava na Matriz aguardando outros integrantes do grupo retornarem ao acampamento. Enquanto isso, ouvia o fim da sessão na Assembleia por um rádio. Segundo ela, a última noite havia sido “um desespero” à medida que ocorria cada votação que, no início da manhã, levaria ao fim de oito fundações estaduais.

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