Conversas obtidas pelo MP em investigação foram citadas em decisão de prisão de Queiroz

Conversas obtidas pelo MP em investigação foram citadas em decisão de prisão de Queiroz

Trechos de conversas de familiares aparecem em decisão judicial que decretou detenção nesta quinta-feira

AE

Prisão de Queiroz ocorreu na manhã desta quinta-feira

publicidade

Em conversas por mensagem às quais o Ministério Público do Rio teve acesso, a filha e a mulher de Fabrício Queiroz criticam o fato de o pai ainda continuar tentando mandar na política mesmo sendo o principal alvo da investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Nathalia Queiroz, a filha, diz que o pai é burro. Márcia Oliveira Aguiar, a mulher, questiona quando ele vai fechar "o caralho da boca dele".

As conversas estão citadas na decisão judicial que autorizou a prisão de Queiroz na manhã desta quinta-feira, 18, obtida pelo Estadão. Ambas também são investigadas, e Márcia chegou a ser alvo de mandado de prisão, mas está foragida.

Ao encaminhar para Márcia uma reportagem do jornal O Globo que mostrava um áudio de Queiroz falando sobre cargos em Brasília, em outubro do ano passado, Nathália escreveu: “Meu pai não se cansa de ser burro né?”

Márcia respondeu: “Cara, é foda! Não sei cara, quando é que teu pai vai aprender a fechar  o caralho da boca dele? Eu tô cansada!”

As conversas não pararam por aí. Nathália, inconformada com a suposta burrice do pai, voltou a mandar textão para a mulher dele, que não é sua mãe. “Márcia, eu vou te falar. De coração. Eu não consigo mais ter pena do meu pai, porque ele não aprende. Meu pai é burro! Meu pai é burro! Ele não ouve. Ele não faz as coisas que tem que fazer. Ele continua falando de política. Ele continua se achando o cara da política.” Ela diz ainda que, sempre que o encontra, Queiroz insiste em falar em política em nomeações.

Na mesma conversa, Márcia chega a comprar o marido a um “bandido que tá preso dando ordens”, em alusão a criminosos que continuam comandando facções mesmo dentro da cadeia. Queiroz, por sua vez, reclama de traição ao citar o áudio vazado para a imprensa. Ele afirma que já sabia para quem tinha mandado a mensagem em que cita os "mais de 500" cargos disponíveis em Brasília.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895