CPI da Covid-19 reconvoca Pazuello e Queiroga e aprova depoimentos de nove governadores

CPI da Covid-19 reconvoca Pazuello e Queiroga e aprova depoimentos de nove governadores

Senadores ainda convocaram Arthur Weintraub, o empresário Carlos Wizard e Filipe Martins, assessor internacional da presidência

Correio do Povo e AE

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A CPI da Covid-19 aprovou nesta quarta as reconvocações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e de seu antecessor, Eduardo Pazuello. Durante a votação feita no Senado, também foi aprovada a convocação de Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República. Segundo alguns parlamentares, Weintraub teria coordenado um grupo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. 

Na leva de convocações, constam ainda o empresário Carlos Wizard, que durante um mês trabalhou de forma gratuita para o Ministério da Saúde. Além dele, deverão comparecer à CPI para prestar esclarecimentos os governadores estaduais Wilson Lima, do Amazonas; Helder Barbalho, do Pará; Wellington Dias, do Piauí; Ibaneis Rocha, do Distrito Federal; Mauro Carlesse, do Tocantins; Carlos Moisés, de Santa Catarina; Antônio Denarium, de Roraima; Waldez Góes, do Amapá; e Marcos Rocha, de Rondônia. O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel foi incluído pelos senadores. 

A última convocação aprovada antes do encerramento da sessão foi a de Filipe Martins, assessor internacional da presidência da República. 

Tensão e discussão 

A sessão de hoje não ouviu nenhum depoente e deveria ter começado às 10h, mas sofreu um pequeno atraso. Com a CPI em andamento, o primeiro e único a se pronunciar na primeira parte foi o senador Humberto Costa (PT-BA). Depois disso, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), tomou a palavra e chamou os presentes para uma reunião secreta, longe dos microfones e das câmeras. 

Depois disso, o começo da votação dos requerimentos dos próximos convocados foi marcado por momentos de tensão e de discussões ríspidas. Ao ser questionado por Eduardo Girão (Podemos-CE), sobre a convocação de prefeitos de capitais, Aziz chamou o colega de oportunista: “Vossa excelência estava lá (na reunião secreta) e escutou o que nós acordamos".

Bolsonaro e a manobra 

Na sessão, os senadores também bateram boca sobre o pedido de convocação do presidente Jair Bolsonaro, apresentado pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O fato de Randolfe ter protocolado o requerimento no dia que os senadores avaliam a convocação de gestores estaduais e municipais foi avaliado pelos governistas como uma manobra. A justificativa de Randolfe é de que, ao convocar governadores e prefeitos, a CPI estaria abrindo precedente que dá aval para o presidente da República também ser chamado.

"Pedido de convocação de Bolsonaro se revelou estratégia para não convocarmos governadores. Esse requerimento (convocar Bolsonaro) vai em afronta total ao princípio de separação dos Poderes", disse o senador aliado do governo Bolsonaro Marcos Rogério (DEM-RO).

Do outro lado, Randolfe rebateu: "Vedações da Constituição e regimento valem para presidente da República e governadores. Se abrimos precedente (ao convocar governadores), que seja para todos", disse, para logo em seguida alfinetar: "Marcos Rogério deve estar morando no Alvorada já", disse o senador, em referência à residência oficial do presidente da República e à proximidade do colega com o governo federal. 

Randolfe pediu que a convocação de Bolsonaro fosse apreciada ainda nesta quinta pelos senadores, o que foi negado por Omar Aziz. "Não dá para entrar nessa pauta, depois a gente analisa (o que será feito)", avisou. 


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