CPI da Covid: Tebet diz que documento é "digital" de crimes

CPI da Covid: Tebet diz que documento é "digital" de crimes

Em depoimento de servidor do TCU, senadora da oposição acusou Bolsonaro de divulgar estudo "claramente manipulado"

R7

Em depoimento de servidor do TCU, senadora da oposição acusou Bolsonaro de divulgar estudo "claramente manipulado"

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No depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, à CPI da Covid, nesta terça-feira, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes comum e de responsabilidade ao divulgar documento, "claramente manipulado", que minimiza as mortes de brasileiros em função da pandemia.  

"Agora temos a digital, a materialidade dos crimes cometidos", afirmou Tebet. O relatório foi divulgado nas redes sociais do chefe do executivo federal, o TCU afastou o servidor e uma sindicância interna confirmou que o documento não é oficial.

Depois de Alexandre Marques ter admitido que não ouviu médicos nem o IBGE para analisar os dados, a senadora disse que o auditor foi "irresponsável" como servidor ao pegar uma tese e tentar imputar à realidade dos fatos. 

O depoente destacou que o documento elaborado por ele era privado e acabou compartilhado com grupo de trabalho do TCU no dia 31 de maio. Segundo o servidor, o relatório é "inconclusivo, superficial e bem embrionário".

Marques informou ainda que enviou o estudo a seu pai, o coronel da reserva Ricardo Marques, no dia 6 de junho. O presidente da comissão parlamentar de inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), enfatizou a rapidez em que o rascunho foi alterado e citado por Bolsonaro no dia seguinte. "Nós não estamos falando de dez dias, não, pessoal! Nós estamos falando do dia 6 para o dia 7! Passa imediatamente para o presidente, que, no dia 7 de manhã, já está dando uma entrevista sobre isso", afirmou Aziz.

Ao senador aliado do governo federal Marcos Rogério (DEM-RO), Marques explicou que as únicas alterações em seu documento, produzido no Word, em relação ao apresentado pelo presidente da República, foram os grifos e o acréscimo da expressão "Tribunal de Contas da União".

Marcos Rogério, então, usou essa informação para defender Bolsonaro da acusação de adulteração, e concluiu pedindo apuração de desvios de recursos por estados e municípios. "Se erros aconteceram vamos apurar, na medida da culpa de cada um. Eu não estou aqui para dizer que o presidente acertou 100%. Não. Mas talvez a CPI erre mais, por fazer uma investigação seletiva", afirmou Marcos Rogério.


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